SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Durante a campanha do plebiscito sobre a saída britânica da União Europeia (UE), o então premiê do Reino Unido, David Cameron, exerceu pressão pela demissão do editor de um tabloide favorável ao "brexit", revelou a emissora BBC.
Camerou liderou a campanha pela permanência do Reino Unido na UE, derrotada em 23 de junho de 2016 em um plebiscito que ele mesmo propôs. Ele renunciou após a vitória do projeto de saída da UE.
De acordo com reportagem do programa "Newsnight", da BBC, o então premiê se reuniu em fevereiro do ano passado com Jonathan Harmsworth, proprietário do "Daily Mail", para pedir que o editor Paul Dacre fosse contido em sua defesa do "brexit", ou então que fosse demitido.
Um porta-voz de Cameron disse à BBC que o ex-premiê nega as acusações e que ele apenas tentou convencer a publicação de sua posição pró-UE. "É errado sugerir que David Cameron acreditasse poder determinar quem edita o 'Daily Mail'", afirmou o porta-voz.
Um porta-voz do Harmsworth evitou confirmar ou rejeitar as acusações da BBC contra Cameron, mas afirmou que o proprietário do "Daily Mail" já foi "pressionado por mais de um primeiro-ministro" a remover editores no passado.
Dacre também evitou comentar sobre a reportagem da BBC, dizendo que teve liberdade para editar o jornal sem interferência da chefia.
O "Daily Mail" é o jornal com a segunda maior circulação em papel no Reino Unido, vendendo 1,5 milhão de cópias por dia, e a maior audiência na internet, recebendo 14 milhões de leitores diariamente. Dacre edita o jornal há 25 anos.
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