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Grafiteiro é detido após escrever em muro onde teve obra apagada

JULIANA GRAGNANI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grafiteiro Mauro Neri, 35, do projeto "Veracidade", foi detido na manhã desta sexta (27) após escrever em uma pilastra na av. 23 de Maio onde antes havia um grafite seu, apagado pela gestão João Doria (PSDB)

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.01.2017, 19:02:04 Editado em 27.01.2017, 19:05:08
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JULIANA GRAGNANI

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grafiteiro Mauro Neri, 35, do projeto "Veracidade", foi detido na manhã desta sexta (27) após escrever em uma pilastra na av. 23 de Maio onde antes havia um grafite seu, apagado pela gestão João Doria (PSDB). Ele também usou água para esfregar pilastras e tirar a tinta cinza usada pela prefeitura para cobrir suas obras, sob o complexo viário João Jorge Saad, o Cebolinha.

A guerra travada entre prefeitura, pichadores e grafiteiros fez outros três detidos de madrugada, flagrados pichando muros na av. 23 de Maio e na av. Bernardino de Campos. Eles foram liberados após assinarem termo circunstanciado.

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Desde o início de sua gestão, Doria anuncia uma "grande campanha" contra pichadores, o que provocou reação de alguns deles. Mas o conflito tomou corpo na semana passada, com o anúncio de que a prefeitura também apagaria grafites da av. 23 de maio. A eliminação dessas obras, que antes formavam um painel contínuo de 5,4 km de extensão, desagradou também a sociedade civil.

Nesta quinta (26), após protestos durante a semana, o tucano lançou um projeto que prevê remunerar grafiteiros e pagar suas tintas, como parte de um museu a céu aberto espalhado pela cidade.

Neri, do "Veracidade" -projeto que brinca com a palavra, com registros como "ver a cidade" e "viver a cidade", escrevia "deixem ver a cor da cidade" quando foi flagrado. Ele estava acompanhado de uma equipe de filmagem de uma produtora espanhola que está gravando uma série documental com ele desde o início da semana. Levado ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, foi liberado à tarde.

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Os murais sob o Cebolinha foram feitos com autorização da prefeitura e fazem parte de seu projeto de grafites espalhados pela cidade chamado Cartograffiti, vencedor de um edital de R$ 200 mil da Secretaria Municipal de Cultura em 2009, na gestão Gilberto Kassab, segundo Neri. O projeto teve continuidade na gestão Fernando Haddad (PT). Ele também foi um dos 450 grafiteiros que receberam R$ 2.000 da gestão passada para pintar murais na avenida 23 de Maio.

Para Neri, a polêmica "está ofuscando assuntos mais importantes" da cidade, e acabou dando força a grafiteiros e pichadores. "O novo prefeito já fez mais pelo grafite e pela pichação do que qualquer outro. Colocar essa pauta em discussão já é muito positivo. Os pichadores estão agradecendo -deve ter triplicado o número de pichadores nessa semana. O movimento do grafite também. Embora tenha tido suas perdas, era sabido que o grafite é efêmero. Temos que agradecer. Não sei se a intenção dele era enaltecer o movimento, mas ele conseguiu", afirmou.

Mesmos autorizados, diz Neri, "é de praxe" que seus murais sejam apagados "indiscriminadamente", em qualquer gestão. Ele diz que não boicotará o projeto da gestão Doria e que fará mais grafites na cidade, autorizados ou não.

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PICHAÇÕES

De madrugada, uma equipe da TV Globo flagrou pichações na av. 23 de Maio. Dois homens aparecerem pichando o muro com tinta cinza ainda fresca, depois que uma equipe da prefeitura deixou o local.

As imagens mostram um homem de roupa branca e boné escrevendo a palavra "Resistir". Logo depois aparece outro homem, que faz um desenho. Os dois deixam o local. Pouco tempo depois, os dois retornam ao local para continuar os desenhos. Outra mensagem é inscrita no muro: "Doria, diga 'x'".

A gestão João Doria estava cobrindo parte do mural do artista Eduardo Kobra, que havia sido pichado na última (25) -aniversário de São Paulo- com um adesivo do rosto de João Doria. Depois disso, a prefeitura decidiu apagar todo o painel.

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