MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Conselho penitenciário critica "ideia de Moraes" de que é preciso mais armas

FERNANDA MENA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sete dos 13 membros do Conselho Nacional de Política Criminal de Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça, incluindo seu presidente, renunciaram nesta quarta (25) aos cargos em carta aberta endereçada ao mi

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 25.01.2017, 15:51:46 Editado em 25.01.2017, 22:54:16
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

FERNANDA MENA

continua após publicidade

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sete dos 13 membros do Conselho Nacional de Política Criminal de Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça, incluindo seu presidente, renunciaram nesta quarta (25) aos cargos em carta aberta endereçada ao ministro Alexandre de Moraes.

"A atual política criminal capitaneada pelo Ministério da Justiça", diz a carta, "sem diálogo e pautada na força pública, tenderá a produzir tensões no âmago de nosso sistema prisional, com o risco da radicalização dos últimos acontecimentos trágicos a que assistiu, estarrecida, a sociedade brasileira."

continua após publicidade

São criticados ainda o entendimento do ministério de que "precisamos de mais armas e menos pesquisas", o que conduziria "à velha política criminal leiga, ineficaz e marcada por ares populistas e simplificadores da dimensão dos profundos problemas estruturais de nosso país" e o uso das Forças Armadas nos presídios. "Não se pode tratar jovens pobres e brasileiros como inimigos, por definição, do Estado", diz o texto.

O Plano Nacional de Segurança Pública é apontado pelo texto como projeto lançado "sem qualquer debate com a sociedade ou com as instâncias consultivas do Ministério".

Protocolado nesta quarta na secretaria do CNPCP, o documento enumera 13 razões para o desligamento coletivo, todas ligadas a medidas recentes adotadas pelo governo federal, antes e depois do início da atual crise penitenciária, que já vitimou ao menos 136 presos sob custódia do Estado desde o início do ano.

continua após publicidade

"Essa decisão foi fruto de um esgotamento da capacidade de ação de nós, conselheiros, críticos a um mecanismo autoritário e violento de lidar com questões sensíveis do sistema penitenciário nacional", explica Hugo Leonardo, vice-presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e um dos signatários da carta.

O "ministro da Justiça não apenas ignorou a existência do conselho como trata com política de ocasião problema crônico já instaurado no país." O CNPCP é o conselho mais antigo do Ministério da Justiça, criado em 1980, para criar e fiscalizar políticas criminais e penitenciárias.

O documento ainda rechaça o decreto de indulto redigido por Moraes em dezembro passado, apontado como o mais restritivo da história recente do país, e elaborado, de acordo com os conselheiros, sem considerar a minuta aprovada pelo colegiado do CNPCP, e a Medida Provisória 755, também de dezembro de 2016, que retirou recursos do Fundo Penitenciário (Funpen), transferindo-os para a segurança pública.

continua após publicidade

Além disso, a carta denuncia uma tentativa de aparelhamento do órgão com a criação, via portaria, de oito novas vagas de conselheiros, o que daria aos novos indicados de Alexandre de Moraes forte peso nas deliberações do conselho.

"O Ministro da Justiça, com a criação de novas vagas no CNPCP, busca um conselho vassalo de sua intenção truculenta e irracional para lidar com problemas sociais do país", avalia Leonardo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Conselho penitenciário critica "ideia de Moraes" de que é preciso mais armas"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!