MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Crise afeta segurança e gera 'medo de morrer' no Rio Grande do Sul

PAULA SPERB PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Luiz Fernando Schilling, 29, foi assassinado a facadas em um assalto ao defender a irmã. Cristine Fonseca Fagundes, 44, levou um tiro na cabeça enquanto esperava o filho de 10 anos sair da escola. A filha mais v

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.01.2017, 20:31:47 Editado em 20.01.2017, 20:35:09
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

PAULA SPERB

continua após publicidade

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Luiz Fernando Schilling, 29, foi assassinado a facadas em um assalto ao defender a irmã. Cristine Fonseca Fagundes, 44, levou um tiro na cabeça enquanto esperava o filho de 10 anos sair da escola. A filha mais velha estava no carro e viu a mãe morrer. Antonio Cascaes Martins, 78, morreu com um tiro no peito enquanto trabalhava na sua barbearia, um ofício de 50 anos.

Homicídios como esses, ocorridos em 2016, em Porto Alegre, aumentaram 128% no Rio Grande do Sul na comparação do primeiro semestre de 2010 com o primeiro semestre de 2016 -de 39 para 89. Se comparado aos seis primeiros meses do ano passado, esse tipo de crime cresceu 35%.

continua após publicidade

O Estado vive uma crise de segurança pública sem precedente, com corpos degolados nas ruas, disputa entre facções, superlotação de presídios e detentos algemados em lixeiras por falta de vagas nas carceragens. O Presídio Central, que já foi rotulado como o pior do país, tem 4.700 detentos para 1.800 vagas.

Com a crise nacional do sistema carcerário, o presidente Michel Temer (PMDB) anunciou um presídio federal de segurança máxima no Estado, ainda sem data e local para início das obras. A desmotivação de policiais militares e civis agrava a situação.

O governador José Ivo Sartori (PMDB) tem pedalado os salários dos servidores, através de parcelas, há um ano. Para tentar diminuir o deficit, Sartori enviou à Assembleia um projeto que extingue órgãos -os deputados já aprovaram o fim de três secretarias e oito fundações.

continua após publicidade

POLICIAIS INSATISFEITOS

Desde 2015, policiais civis fizeram diversas greves, e os militares ficaram "aquartelados" (dentro dos quartéis) porque são proibidos, por lei, de fazerem greve. "É tenebroso [o parcelamento]. O pessoal fica sem vontade [de trabalhar] e só faz o básico", diz Fábio Castro, vice-presidente do Ugeirm (Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia).

Por causa da crise das finanças gaúchas, não há perspectiva de regularizar o pagamento dos salários em curto prazo. À reportagem, a Secretaria Estadual da Segurança informou que, apesar dos parcelamentos, os policiais estão recebendo o reajuste salarial que foi determinado no final do governo anterior, de Tarso Genro (PT).

Só neste ano, 2.889 policiais militares deixaram o serviço público, segundo o presidente da Abamf (Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar), Leonel Lucas. Nas ruas, são 16 mil policiais. Há dois anos, eram 23 mil. Para compensar o deficit, a Secretaria informa que 1.900 policiais aprovados em concurso já estão em formação.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Crise afeta segurança e gera 'medo de morrer' no Rio Grande do Sul"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!