REYNALDO TUROLLO JR.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Detido nesta terça (17) durante uma reintegração de posse , o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, afirma que desde a participação em um protesto em frente a casa do presidente Michel Temer, em São Paulo, no ano passado, a polícia "estava de olho em mim".
A reintegração de posse aconteceu em um terreno, chamado Colonial, em São Mateus, na zona leste de São Paulo, onde cerca de 700 famílias ocupavam irregularmente a área.
Segundo o colunista da Folha de S.Paulo, os policiais informaram que ele estava sendo detido por incitação à violência, descumprimento de ordem judicial e por violência contra a polícia durante uma manifestação na porta da casa de Temer em São Paulo.
O líder do MTST foi levado para o 49° DP (São Mateus). O advogado de Boulos, Felipe Vono, afirmou que antes do despejo, ele tentou negociar com os policiais para que a ação fosse adiada. "Não houve desobediência, outras seis pessoas participavam da conversa", afirma Vono.
"O companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, que estava acompanhando a reintegração de posse da ocupação Colonial, visando garantir uma desfecho favorável para as mais de 3000 pessoas da ocupação, acaba de ser preso pela PM de São Paulo sob a acusação de desobediência civil", postou o movimento em sua rede social.
O MTST diz ainda que Boulos estava o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. "Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajuda-los."
Durante a reintegração de posse houve confronto entre a polícia e as famílias do terreno ocupado. Por volta das 8h50, os moradores chegaram a colocar barricada em uma via para impedir o avanço da policia, que usou bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta para dispersar os manifestantes. Às 9h40, a Polícia Militar informou que as famílias haviam se dispersado e já era realizado a retirada do móveis e, depois, seria feita a limpeza do terreno.
Questionada sobre a prisão de Guilherme Boulos, a a Secretaria da Segurança Pública não se manifestou até a publicação desta reportagem nem deu mais informações sobre o terreno ocupado.
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