SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou na manhã deste sábado (14) que a prefeitura vai apagar os grafites na área conhecida como Arcos do Jânio, no centro da cidade.
O local, alvo histórico de pichações, recebeu os grafites em 2015, após autorização da gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT).
Desde o dia 29 de novembro, o local passa por restauração. A previsão da prefeitura era de que a reforma iria custar R$ 650 mil e durar seis meses.
"Não haverá mais grafites naquela área", disse Doria, em evento na avenida 23 de Maio. Ele voltou a afirmar que a cidade terá uma área reservada para grafiteiros e muralistas.
Os Arcos do Jânio, erguidos no início do século passado, são considerados patrimônio histórico. O local atraiu atenções no final dos anos 1980, quando o então prefeito Jânio Quadros mandou demolir um cortiço que encobria a estrutura.
Em 2015, após os grafites terem sido pintados, o local foi pichado depois que o artista Rafael Hayashi fez um desenho que lembrava o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, morto em 2013.
Na época, o artista afirmou que não era o ex-presidente venezuelano. "A ideia era retratar um homem negro, que não tem expressão nem fala. Mas a imagem ficou distorcida", disse.
A obra virou polêmica nas redes sociais, na qual internautas diziam que o desenho tinha uma carga ideológica intencional.
Logo em seguida, o desenho amanheceu com borrões de tinta vermelha e as frases: "Hugo Chá. É o Chávez sim".
Na sequência, um grupo de grafiteiros desenhou uma venda vermelha nos olhos e uma mão tampando a boca. Rafael Hayashi afirmou que a intenção era dar uma resposta às más interpretações, censuras e ataques ao trabalho.
Já na avenida 23 de Maio, onde há uma grande quantidade de grafites, apenas oito áreas terão espaços para as obras. Nas demais, os desenhos serão apagados.
Deixe seu comentário sobre: "Doria manda apagar grafites dos Arcos do Jânio, no centro de São Paulo"