SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Barack Obama, determinou nesta quinta-feira (12) o fim da política que permitia a qualquer cubano que chegasse a solo americano de ficar e receber visto de residência, após acordo com Havana.
Em troca do fim da política, o regime do ditador Raúl Castro se comprometeu a receber os cidadãos que não forem aceitos nos EUA -o país impedia a volta dos cubanos que tentassem chegar ao território americano.
Chamada de "pés secos, pés molhados", a regra havia sido criada em 1995 pelo presidente Bill Clinton. Na época, o democrata disse ter modificado a lei para impedir o aumento do tráfico humano na região caribenha.
Também foi cancelada a regra que liberava automaticamente os vistos para médicos cubanos que deixavam suas missões em outros países e chegavam aos EUA. Foi o caso de profissionais que vieram ao Brasil.
Com a mudança, os cidadãos da ilha poderão em tese ser deportados como qualquer imigrante. Eles, no entanto, continuam a ser beneficiados pela Lei de Ajuste Cubano, que dá residência permanente após um ano nos EUA.
A derrubada das duas medidas migratórias era um dos temas negociados pelos países desde a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, iniciada em dezembro de 2014.
Até então, as mudanças em políticas migratórias se restringiam a visitas temporárias. Foram permitidos os vistos de negócios, jornalistas, artistas, atletas, educadores e trabalhadores humanitários de ambos os lados.
TRUMP
A decisão foi feita por meio de decreto-lei de Obama, que pode ser derrubado por seu sucessor, Donald Trump. O republicano, que assume no dia 20, prometeu reverter toda a reaproximação com o regime cubano.
Membros de seu partido e dissidentes cubanos, historicamente vinculados aos republicanos, querem a anulação da retomada das relações e o aumento da pressão sobre a ilha, como havia sido feito antes de 2014.
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