SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Sarney lamentaram neste sábado (7) a morte do presidente de Portugal Mário Soares, considerado o pai da democracia do país europeu.
Em nota, Temer afirmou que o português era um amigo do Brasil e figura-chave de Portugal moderno. "O mundo perde um estadista e um defensor da democracia e da liberdade. Meus sentimentos à família e ao povo português."
Lula lembrou em um canal oficial a última vez que os dois se viram, na celebração dos 40 anos da Revolução dos Cravos, em 2014. Ele ressaltou a luta de Soares pelo fim da ditadura salazarista e contra o fascismo.
"Mário Soares foi um dos grandes homens públicos do século 20, não só de Portugal, mas da Europa e do mundo. Sempre esteve, mesmo nas horas mais difíceis, do lado certo da história", disse o ex-presidente.
Já José Sarney, que estava no Planalto no período em que Soares foi chefe de Estado português, disse que o país "está muito menor" com a morte do socialista e o considerou a grande figura portuguesa no século 20.
"Perdemos o grande elo de ligação de Portugal e Brasil nos tempos contemporâneos. O Mário era de uma geração que considerava Brasil e Portugal um só país e, ao mesmo tempo, tinha um grande amor ao povo brasileiro."
O ex-presidente ainda lembrou a atuação do português na união das ex-colônias africanas à comunidade de língua portuguesa e no início da independência de Timor-Leste, à época sob domínio da Indonésia.
REAÇÃO MUNDIAL
A morte de Mário Soares teve repercussão em toda a Europa. O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz, considerou que o continente perdeu "um visionário, um pragmático, um reformista, um lutador e um democrata".
Felipe 6º, rei da vizinha Espanha, ressaltou o papel na transição democrática. "A sua tarefa transformaram-no em um dos grandes líderes portugueses e europeus deste século", disse, em mensagem ao governo português.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) chamou o português de "um companheiro imprescindível, uma figura histórica que transcende ideologias e cujo legado devemos conservar", em nota oficial.
Também ex-primeiro-ministro português, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou Soares como "um dos raros líderes políticos de verdadeira estatura europeia e mundial".
"É, em grande medida, a ele que devemos a democracia, a liberdade e o respeito pelos direitos fundamentais de que todos os portugueses puderam usufruir nas últimas décadas e que são hoje valores adquiridos no nosso país."
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