SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, afirmou nesta quinta-feira (5) que tem um nível de certeza alto de que a Rússia hackeou instituições e pessoas ligadas ao Partido Democrata e que o país disseminou informações e notícias falsas durante as eleições presidenciais dos EUA.
"Nossa avaliação é agora ainda mais incisiva do que antes", disse ele em depoimento ao Comitê de Forças Armadas do Senado.
Clapper disse ainda que a Rússia tem uma "longa história" de tentar interferir em eleições, mas que autoridades nunca haviam visto esforços como os que o país fez durante as eleições de 2016.
O diretor disse que "os russos têm uma longa história de interferir em eleições, nas deles mesmos e dos outros... Isso vem desde os anos 1960, desde o auge da Guerra Fria".
"Não acho que alguma vez tenhamos visto uma campanha mais agressiva e direta para interferir em nosso processo eleitoral do que nesse caso", afirmou ele, referindo-se às eleições presidenciais do ano passado.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, vem criticando as conclusões das agências de inteligência dos EUA sobre a interferência de hackers russos nas eleições. Nesta quarta (4), ele tuitou que Julian Assange, fundador do WikiLeaks, responsável pelo vazamento dos e-mails, havia afirmado que esta organização não recebeu a informação por parte da Rússia.
Clapper disse ao Congresso que acredita que informação divulgada por Assange colocou vidas em risco e que o fundador do Wikileaks não tem credibilidade. O Wikileaks acusou Clapper de mentir ao Congresso.
Trump será informado nesta sexta (6) pelos diretores da CIA, do FBI e por Clapper sobre a investigação a respeito dos hackers russos, quando receberá o relatório completo sobre o caso, já mostrado a Barack Obama. Clapper disse que uma versão não-confidencial do relatório será divulgada na próxima semana.
CYBERGUERRA
O diretor de inteligência também afirmou que armas para deter hackers estrangeiros não funcionam e que essas "cyberarmas" são diferentes de armas nucleares, pois são efêmeras.
Durante a campanha presidencial, Trump disse várias vezes que desenvolveria armas cibernéticas para atacar hackers e deter e responder a cyberataques.
Deixe seu comentário sobre: "Rússia interferiu em eleições, diz diretor de inteligência dos EUA"