SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na manhã deste sábado (15), famílias de sem-teto que ocupavam o prédio do antigo Cine Marrocos, no centro de São Paulo, deixaram o edifício em uma reintegração de posse.
Acompanhadas pela Polícia Militar, cerca de 600 famílias desocuparam de forma pacífica o prédio de doze andares que já abrigou um dos mais luxuosos cinemas de São Paulo.
A reintegração foi pedida no começo do ano pela Prefeitura de São Paulo, que é dona do imóvel, mas foi adiada a pedido da própria administração municipal por duas vezes: em março e em setembro.
Em setembro, questionada sobre o motivo do adiamento, a prefeitura citou a greve dos bancários. "A prefeitura presta assistência a todas as famílias residentes na ocupação, mas a greve dos bancários está dificultando o acesso ao auxílio aluguel para as famílias que têm direito", afirmou a administração municipal.
Em agosto, uma operação no edifício prendeu seis líderes do MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo), movimento que ocupa o prédio desde 2013. Na ocasião, a prefeitura afirmou que confiava que os moradores iriam sair do prédio espontaneamente.
Segundo investigação do Denarc (departamento de narcóticos), um grupo de moradores ligados ao MSTS coordenava a venda de crack e maconha, respectivamente, na cracolândia e na região da Galeria do Rock, também no centro.
O MSTS, criado em 2012, é uma dissidência de outros grupos que lutam por moradia na cidade e já esteve envolvido em outras polêmicas como a cobrança de taxa de famílias -o que não é aceito por parte dos grupos de sem-teto.
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