GIULIANA MIRANDA
LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) - A indicação de António Guterres como próximo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), adiantada por representantes do Conselho de Segurança, foi recebida em clima de festa em Portugal. A vitória do ex-primeiro-ministro luso dominou a imprensa, as conversas na ruas e, claro, as redes sociais.
A notícia apanhou os portugueses em um momento especialmente patriótico: esta quarta-feira, 5 de outubro, é o dia da proclamação da República no país, um feriado recheado de eventos ufanistas.
O nome de Guterres é o assunto mais comentado nas redes sociais do país, com mensagens geralmente exaltando o "orgulho" e a "honra" de ver um português no cargo.
Ironicamente, muitos portugueses também aproveitaram a ocasião para alfinetar a candidata búlgara Kristalina Georgieva, que foi a última a entrar na disputa pela liderança da ONU e era visto por vários setores como "oportunista". O nome da Comissária Europeia também está entre os mais comentados na rede social.
Os políticos portugueses, que nos últimos sete meses mobilizaram todo o aparato diplomático na campanha de Guterres, também foram rápidos ao parabenizar o compatriota pela vitória.
"Não podia ser melhor notícia para os portugueses e para Portugal, e que coincidência ser no 5 de Outubro", disse o presidente, Marcelo Rebelo de Sousa. "A votação mostra que, no momento decisivo, ninguém estava contra Guterres nem contra Portugal".
O primeiro-ministro, António Costa, ressaltou o trabalho de bastidores.
"Como amigo, dá-me uma enorme satisfação", disse o chefe de governo. "Foi um grande trabalho da nossa diplomacia, um grande esforço que todos temos feito, todos os órgãos de soberania, todos os partidos"
Apesar de euforia, a definição oficial de Guterres como sucessor de Ban Ki-moon só acontece na manhã desta quinta-feira (6), quando haverá uma votação formal, e depois ser aprovado por todos os países na Assembleia Geral.
A eleição do português, no entanto, é considerada como certa.
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