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Cameron aceita permanecer na UE se tiver mais autonomia

FERNANDA GODOY MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu nesta quinta-feira aos demais 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia reunidos em Bruxelas que aceitem um acordo que resolva a integração do país

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.02.2016, 20:59:03 Editado em 27.04.2020, 19:52:51
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FERNANDA GODOY
MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu nesta quinta-feira aos demais 27 chefes de Estado e de governo da União Europeia reunidos em Bruxelas que aceitem um acordo que resolva a integração do país na Europa por uma geração.
"Deixamos a questão do lugar da Grã-Bretanha na Europa se deteriorar por tempo demais. É hora de resolvê-la", disse.
"Viva e deixe viver" foi a expressão utilizada por Cameron para definir a abordagem usada pelos britânicos, que resistem a uma "união cada vez mais forte" entre os países europeus. A negociação deverá entrar pela noite e ser retomada na manhã desta sexta (19).
Cameron deseja deixar Bruxelas com um acordo que lhe permita voltar a Londres em uma posição vitoriosa e convocar um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia. A data preferida é 23 de junho.
Com o acordo, Cameron faria campanha contra o "Brexit", expressão resultante da soma das palavras Britain + exit (saída, em inglês).
O líder conservador britânico, que prometeu realizar o referendo até 2017, gostaria de fazê-lo o mais cedo possível, antes que a chegada do verão europeu aumente o fluxo de refugiados que se arriscam na travessia do mar Mediterrâneo, agravando a crise migratória.
O governo Cameron quer limitar alguns benefícios sociais para os trabalhadores que ingressam no mercado britânico vindos de outros países da UE.
Os conservadores britânicos propõem deixar de pagar a esses imigrantes o complemento de renda destinado aos que recebem menos que o salário mínimo. Esse pagamento é feito para estimular os trabalhadores a continuarem na ativa, ao invés de optar por viver do seguro-desemprego.
Sobrecarga
De acordo com a proposta que vem sendo negociada há mais de seis meses entre o Reino Unido e a UE, a suspensão desse pagamento aconteceria por até quatro anos, sob a justificativa de que os serviços sociais do país estariam sobrecarregados pelo fluxo migratório.
O Reino Unido, que tem população total de 64 milhões de pessoas, conta atualmente com cerca de 2 milhões de imigrantes da União Europeia e 1,2 milhão de estrangeiros vindos de outros países.
A proposta enfrenta resistência dos países do Leste Europeu, como Polônia e Romênia, de onde saem a maioria dos trabalhadores de baixa renda entre os estrangeiros em atividade no Reino Unido. Os governos desses países querem ao menos assegurar que a medida não seja retroativa.
Cameron propôs ainda que os benefícios pagos aos trabalhadores por filhos menores sejam efetuados nos países onde as crianças vivem. Ou seja, se um trabalhador polonês emigrasse para Londres deixando seus filhos em Varsóvia, ele não receberia o benefício no Reino Unido.
Entre as outras demandas do governo Cameron estão a possibilidade de os países europeus que estão fora da zona do euro (como o Reino Unido, que continua usando a libra esterlina como moeda) resistirem à adoção de medidas de regulação financeira adotadas pelo Banco Central Europeu.
Esse ponto é considerado fundamental pela City de Londres, o maior mercado financeiro da Europa, que responde por 14% do PIB britânico.
O governo do Reino Unido também deseja maior liberdade para que os parlamentos nacionais rejeitem medidas aprovadas pelo Parlamento Europeu e uma redução do volume de burocracia imposta pela UE.

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