SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma série de ataques com mísseis a pelo menos cinco instalações hospitalares e duas escolas deixou cerca de 50 mortos nas províncias de Idlib e Aleppo, no norte da Síria, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Um dos hospitais atingidos, em Ma'rat Al Numan, em Idlib, é apoiado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF). De acordo com a organização, pelo menos sete pessoas morreram no local. Outras oito estariam desaparecidas.
Outros dois hospitais eram ligados ao Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) -um deles era uma unidade materno-infantil, onde, segundo o organismo, teriam morrido crianças.
"Nós, no Unicef, estamos horrorizados pelos relatos de ataques contra instalações médicas na Síria", disse o diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, destacando que um dos hospitais teria sido atingido quatro vezes.
"Também há relatos de que duas escolas em Azaz [província de Aleppo] foram alvos de ataques que mataram seis crianças", disse Lake, em comunicado.
"Além de considerações sobre diplomacia e obrigações sob o Direito Internacional Humanitário, é preciso lembrar que estas vítimas são crianças. Crianças", completou.
O texto destaca que um terço dos hospitais e um quarto das escolas na Síria -cerca de 5 mil- não estão mais ativas.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, classificou os ataques como uma "evidente violação das leis internacionais".
"Estes incidentes obscurecem os compromissos assumidos durante reunião do grupo de apoio à Síria em Munique no último dia 11", disse o porta-voz da ONU Farhan Haq.
Na última semana, potências mundiais concordaram em implementar um cessar-fogo parcial na Síria -que não inclui o Estado Islâmico e a Frente Al-Nusra, ambos designados como organizações terroristas pela ONU. Sua implementação deveria acontecer a partir do fim desta semana.
MÉDICOS SEM FRONTEIRAS
Em comunicado, a Médicos sem Fronteiras disse que o hospital em Ma'rat Al Numan foi atingido por quatro mísseis em dois ataques com um intervalo de poucos minutos entre eles. Entre os mortos, estariam cinco pacientes, um cuidador e um guarda.
"A destruição da instalação apoiada pela Médicos sem Fronteiras parece ser um ataque deliberado a uma estrutura de saúde", afirmou Massimiliano Rebaudengo, coordenador-geral da organização, em nota.
"A destruição do hospital deixa a população local de cerca de 40 mil pessoas sem aceso a serviços médicos em meio a uma zona de conflito ativa."
SÍRIA
Ativistas da oposição ouvidos pela Associated Press dizem que toda a estrutura do hospital desabou. Médicos e funcionários do hospital estariam tentando encontrar sobreviventes nos destroços.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, cuja sede fica no Reino Unido, o bombardeio contra esse hospital teve autoria russa.
A região do norte do país tem sido alvo de intensos ataques do regime sírio e de sua aliada Rússia, que tentam fazer opositores recuarem.
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.02.2016, 17:55:40 Editado em 27.04.2020, 19:52:57
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