NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil cresceu 14% em uma semana e já chega a 462 registros, apontam dados de novo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira (12).
Segundo a pasta, são casos em que exames apontaram a ocorrência de uma má-formação no cérebro de recém-nascidos, possivelmente causada por uma infecção congênita (transmitida de mãe para filho).
Deste total, 41 tiveram resultado positivo para o vírus da zika em novos testes, o que reforça a suspeita de que os casos estejam relacionados a uma infecção pelo vírus. Os demais ainda não tiveram os resultados divulgados.
Na última semana, 17 bebês tinham essa confirmação para o vírus da zika - um aumento de 141%. O anúncio dos novos resultados ocorrem em meio à críticas de especialistas e organizações de saúde sobre a demora para identificar as causas do problema.
Pesquisadores do CDC (Centro de Controle de Doenças), dos Estados Unidos, devem vir ao Brasil nesta e na próxima semana para ajudar na investigação dos casos.
O grupo, que fará uma parceria com o Ministério da Saúde e o governo da Paraíba, deve analisar possíveis outros fatores adicionais ao vírus zika que podem estar ligados ao aumento de casos de microcefalia no país.
CASOS SUSPEITOS
Além dos casos confirmados, o Brasil também soma 3.852 casos de bebês com suspeita de microcefalia, ou seja, que ainda aguardam resultados de exames que possam confirmar o quadro. No boletim anterior esse número era de 3.670, um aumento de 4,9%.
Há ainda outros 765 casos que foram notificados pelos serviços de saúde, mas acabaram descartados após exames.
Desde outubro, quando o Ministério da Saúde começou a contabilizar os dados, já foram notificados casos em 24 Estados e no Distrito Federal. Apenas Amapá e Amazonas não apresentaram registros até o momento.
A região Nordeste, no entanto, ainda concentra a maioria dos casos, com 82% dos registros confirmados ou em investigação no país.
OUTROS DADOS
O novo balanço também aponta um crescimento no número de mortes de bebês com suspeita de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso. Ao todo, já são 91 casos notificados, contra 76 na última semana.
São casos de abortos espontâneos ou de bebês que morreram após o parto, segundo o Ministério da Saúde.
Dos 91 casos notificados, no entanto, oito já foram descartados. Outros 24 bebês foram confirmados com o quadro de microcefalia e outras má-formações. Os demais continuam em investigação.
O avanço do vírus zika e sua possível relação com o aumento de casos de microcefalia e doenças neurológicas fez com que a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarasse, no início deste mês, emergência mundial em saúde pública. A medida visa aumentar a vigilância dos países para o problema e agilizar pesquisas que possam identificar as causas ou a oferta de vacinas e medicamentos.
Nesta quinta-feira (11), o ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou uma parceria com a Universidade do Texas na tentativa de buscar uma vacina contra o vírus zika. Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, do Pará, devem participar das pesquisas.
No Brasil, o vírus da zika tem circulação confirmada em 21 Estados e no Distrito Federal. Ficam de fora apenas o Acre, Amapá, Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Escrito por Da Redação
Publicado em 12.02.2016, 19:15:03 Editado em 27.04.2020, 19:53:00
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