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Ex-fiscal da máfia do ISS diz que pagou propina a vereadores de São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR) foram citados como recebedores de propina paga pelo ex-subsecretário da Receita Municipal da gestão Gilberto Kassab Ronilson Bezerra Rodrigues, líder da máfia do ISS (Im

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.02.2016, 15:35:47 Editado em 27.04.2020, 19:53:15
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR) foram citados como recebedores de propina paga pelo ex-subsecretário da Receita Municipal da gestão Gilberto Kassab Ronilson Bezerra Rodrigues, líder da máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços) em São Paulo.
A revelação foi feita pelo ex-fiscal Eduardo Horle Barcellos, que fez parte do esquema, e publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" nesta terça-feira (2).
A máfia do ISS causou prejuízo de cerca de R$ 500 milhões ao município. Os fiscais cobravam propinas e, em troca, davam descontos no ISS das obras da cidade. Após o descobrimento do esquema, em 2013, alguns dos fiscais aderiram à delação premiada e passaram a dar depoimentos citando pagamento de propina a políticos.
De acordo com o jornal, Barcellos relatou a promotores do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), do Ministério Público, que entregou um envelope cheio de dinheiro a Adilson Amadeu (PTB).
O pagamento, segundo o ex-fiscal, foi feito em uma cafeteria ao lado da sede da Prefeitura de São Paulo, na rua Libero Badaró, no centro da capital paulista. O pagamento teria sido por ordem de Rodrigues, sem revelar o motivo do pagamento.
A respeito de Aurélio Miguel, Barcellos afirmou aos promotores que os pagamentos eram feitos na casa do vereador. O parlamentar, segundo o relato, aumentava o som a um volume que impedia que houvesse gravação das conversas.
No depoimento, o ex-fiscal também afirmou que, durante a CPI do IPTU, alguns vereadores teriam agido para nomear Rodrigues como subsecretário de arrecadação do município.
O ex-fiscal relatou ainda que "Ronilson ficou em débito com os vereadores por conta da indicação e passou a entregar dinheiro para os vereadores, dentre eles Aurélio Miguel, Antonio Carlos Rodrigues [do PR, hoje ministro dos Transportes], Adilson Amadeu e Antonio Donato [do PT, hoje presidente da Câmara]".
OUTRO LADO
Em nota, o vereador Adilson Amadeu afirmou que "tomou conhecimento dos fatos através da imprensa e, apesar do depoimento ter sido feito em setembro conforme o jornal, até o momento não recebeu qualquer notificação". O parlamentar afirma ter feito as indicações citadas e que desconhece as razões que levaram o delator a envolvê-lo no processo.
O vereador Aurélio Miguel "nega ter recebido qualquer vantagem de Ronilson Bezerra Rodrigues e lamenta que denúncias sem provas, ditas de "ouvi dizer" por um criminoso confesso como Eduardo Barcellos ganhe ares de verdade".
"A única novidade trazida seria a existência de um aparelho de som na sala onde Ronilson teria sido recebido por Aurélio Miguel. Ronilson Rodrigues nunca esteve na casa do parlamentar", afirma nota da assessoria do vereador.
A assessoria de Miguel afirmou também que "tal sala não existe na residência do vereador. Ele nunca recebeu o ex-funcionário municipal em sua casa". Portanto, a resposta do vereador Aurélio Miguel continua a mesma: nunca recebeu dinheiro de Ronilson Bezerra Rodrigues, de qualquer funcionário da Secretaria de Finanças ou qualquer outro funcionário municipal", afirma a nota.
O vereador representou Barcellos na Justiça com um pedido de explicações sobre declarações em que Barcellos teria dito não conhecer Aurélio Miguel.
O vereador Antonio Donato classificou a acusação como "absurda e mentirosa" e diz que mais uma vez seu nome é usado "indevidamente por membros da quadrilha que desviou recursos dos cofres da cidade". Ele nega qualquer envolvimento no caso e afirma ter sido investigado pelo Ministério Público "e ficou esclarecido que não tiver qualquer envolvimento com este esquema de corrupção e que não recebi nenhum recurso destes criminosos".
A reportagem não localizou a defesa de Bezerra Rodrigues e o ministro Antonio Carlos Rodrigues na manhã desta terça (2). Em ocasiões anteriores, advogados de Rodrigues afirmaram que ele nega todas as acusações.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Rodrigues afirmou que Barcellos terá de provar o que disse e que nunca teve qualquer relação com a máfia do ISS.

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