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Israel revela pedido de clemência de Adolf Eichmann antes de execução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No dia em que completa 71 anos da liberação do campo de concentração de Auschwitz, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, revelou o pedido de clemência escrito pelo nazista Adolf Eichmann dois dias antes de ser executado, em 1

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 27.01.2016, 13:42:29 Editado em 27.04.2020, 19:53:23
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No dia em que completa 71 anos da liberação do campo de concentração de Auschwitz, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, revelou o pedido de clemência escrito pelo nazista Adolf Eichmann dois dias antes de ser executado, em 1962.
A carta inédita foi exibida nesta quarta-feira (27) em uma cerimônia do Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto em Jerusalém. Houve cerimônias de lembrança da data também na Europa.
No texto, dirigido ao então presidente israelense, Yitzhak Ben-zvi, um dos principais organizadores do Holocausto disse que o tribunal que o condenou à morte exagerou ao avaliar seu papel no plano de extermínio dos judeus.
"Não é certo dizer que eu fosse tal figura importante que pudesse supervisionar ou acompanhar de forma independente a perseguição de judeus. Nunca servi em uma posição elevada que implicasse em tal autoridade", escreveu.
"Nunca dei ordens em meu nome, mas sempre atuei segundo ordens. No caso de ter sido uma força fanática motora da perseguição aos judeus, isto teria se refletido em minha promoção, mas nunca me concederam benefícios".
Para ele, o tribunal precisava diferenciar os verdadeiros responsáveis dos que eram "simples ferramentas". "Não estive a cargo das coisas e por isso não me considero culpado", disse, antes de pedir clemência a Ben-zvi.
Escrito à mão em 29 de maio de 1962, o pedido de indulto foi negado pelo presidente israelense. Dois dias depois, ele foi enforcado. Além dele, a mulher, Vera Eichmann, e seus cinco irmãos fizeram pedidos a Israel.
Todos os documentos podem ser consultados nos arquivos da Presidência. Na coleção, também estão documentos da defesa, a opinião escrita pelo ministro da Justiça, Yosef Dov, e uma nota do promotor Gedeon Hausner.
Político alemão membro do partido nazista austríaco e tenente-coronel da SS, força paramilitar do nazismo, Eichmann fugiu em 1950 de um campo de prisioneiros da Segunda Guerra Mundial e mudou-se para a Argentina.
Dez anos depois, agentes da Mossad, o serviço secreto israelense, sequestraram o nazista no país sul-americano, onde vivia com uma identidade falsa e foi levado a Israel. No ano seguinte, foi condenado à morte.
A captura de Eichmann foi considerado um motivo de orgulho para Israel. "A capacidade para capturar o assassino nazista deu um senso básico de segurança aos sobreviventes do Holocausto", disse Reuven Rivlin.
CERIMÔNIAS
Além da revelação da carta, ocorreram outras cerimônias para lembrar o Holocausto. No campo de Auschwitz, na atual Polônia, dezenas de sobreviventes carregaram velas e fizeram o caminho até os galpões do centro.
Mais de 1 milhão de pessoas foram mortas no local pelos nazistas, na maioria judeus, mas também ciganos, poloneses e outros. A lembrança ocorre em uma Europa que teve o discurso neonazista reforçado devido à crise de refugiados.
No sábado (23), grupos neonazistas fizeram um ato no centro de Newcastle, na Inglaterra, fazendo saudações nazistas e carregando faixas como: "Refugiados não são bem-vindos. Hitler estava certo".
No ano passado na Polônia, extremistas de direita incendiaram uma imagem de um judeu ortodoxo em manifestação anti-imigração na cidade de Wroclaw.

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