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Siamesas sobrevivem a cirurgia de separação em Goiás

DANIELE BELMIRO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As irmãs Fernanda e Júlia Neves lutam contra as estatísticas. Com cinco meses completos, elas estão dentro dos 5% dos gêmeos siameses que sobrevivem após os primeiros 15 dias de vida. As bebês passaram por uma

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.01.2016, 18:07:15 Editado em 27.04.2020, 19:53:29
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DANIELE BELMIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As irmãs Fernanda e Júlia Neves lutam contra as estatísticas. Com cinco meses completos, elas estão dentro dos 5% dos gêmeos siameses que sobrevivem após os primeiros 15 dias de vida. As bebês passaram por uma cirurgia de separação no último dia 13, em Goiás. O quadro de saúde delas é grave, mas estável.
Júlia e Fernanda nasceram em Itamaraju, no interior da Bahia, e a família se mudou para Goiânia para fazer a cirurgia no Hospital Materno Infantil (HMI), centro de referência no Brasil para esse tipo de caso. Unidas pelo tórax e o abdome, as irmãs compartilhavam o fígado e o pericárdio, membrana que envolve o coração.
"A maior preocupação são os primeiros cinco dias. Elas passaram com muita dificuldade por esse período, mas sobreviveram, é um bom sinal. Já estão se alimentando por sonda, o intestino e a parte urinária estão funcionando", diz o cirurgião responsável pelo caso, Zacharias Calil.
Fernanda estava em estado gravíssimo. Após a cirurgia, teve um pneumotórax, excesso de ar no diafragma. Foi feita uma cirurgia de urgência para colocar um dreno. Ela começou a melhorar. "O quadro é considerado grave, mas bem estável, e está caminhando para um estado geral mais regular", diz Calil.
Júlia sofreu uma hipertensão pulmonar, processo que cria resistência para o sangue chegar aos pulmões. "A hemorragia já está controlada, e agora estamos aguardando a evolução. A parte pulmonar teve uma melhora muito significativa, mas ainda inspira muitos cuidados", afirma o cirurgião.
O caso delas, apesar de extremamente delicado, não é dos mais complicados: elas tinham dois corações, e o pericárdio de uma delas foi reconstituído com uma membrana bovina. O fígado, que também foi dividido, tem a vantagem de se regenerar após três meses. Portanto, se sobreviverem ao pós-operatório, as irmãs podem ter vida normal.
A partir de agora, a preocupação é com uma infecção, já que a cirurgia afeta muito a imunidade do paciente e a UTI é um ambiente contaminado, explica Calil.
A taxa de incidência de gêmeos siameses é em torno de uma para cada 100 mil gestações, segundo o cirurgião, o que pode ser considerado muito raro.
A idade ideal para a cirurgia é em torno de um ano de idade. No caso de Júlia e Fernanda, não foi possível aguardar esse tempo, porque Júlia começou a perder peso.

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