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Quero esquecer o que vivi, diz garota estuprada no parque Ibirapuera

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A estudante de 18 anos que foi estuprada no último domingo (17) no parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, diz que tem dores por todo o corpo e que ainda se lembra das cenas de terror que viveu por cerca de uma hora. "E

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.01.2016, 18:50:21 Editado em 27.04.2020, 19:53:30
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A estudante de 18 anos que foi estuprada no último domingo (17) no parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, diz que tem dores por todo o corpo e que ainda se lembra das cenas de terror que viveu por cerca de uma hora.
"Está difícil até sair de casa. Só quero que tudo isso passe logo. Quero esquecer o que vivi", afirmou a estudante em entrevista a "Veja São Paulo".
Moradora de Moema, a estudante afirmou à polícia que, após consumir álcool e cocaína, mantinha relações sexuais com um jovem, de 19 anos, que conhecera no local - próximo ao portão 6 do parque. Ela reclamou do atendimento dado à polícia quando relatava o que havia ocorrido. "Eu me senti em um ambiente muito machista. Eles usavam um tom inquisidor: 'Ah, então você fez isso'; 'Você foi até lá?'; 'Você estava com ele'. Sempre com olhar de reprovação", disse. "Não sou essa promíscua que estão dizendo."
A estudante relatou que chegou ao parque por volta das 16h para se encontrar com um grupo de amigas e que não sabia que estava acontecendo um rolezinho. "O pessoal trouxe bastante bebida. Até que em um momento, um rapaz se aproximou puxando papo. Usava alargadores nas orelhas. Era branco, magro e alto. O pessoal com quem eu estava foi se dispersando e, no fim, ficamos só ele e eu", disse a garota, que foi estuprada por seis homens.
Ela afirma que falou ao rapaz que estava mal e que queria ir embora, mas que ele não a deixava ir. "Ele se aproveitou de mim, da minha fragilidade, ainda que sem violência. Eu me vi no chão quando, de repente, num lapso de tempo, eu já não o via mais ali ao lado. Imediatamente, chegaram três homens na minha frente e acredito que mais outros três atrás de mim. Eles me xingavam de p.., de vadia e vieram para cima. Eles me colocaram abraçada contra uma árvore, de costas para eles, seguraram meus braços e me estupraram."
A estudante afirma não se lembrar de ter consumido drogas. "Ele levantou a mão, abriu e mostrou um punhado de droga. Perguntei o que era e ele disse que se tratava de cocaína. Lembro de ter ficado assustada e de não ter usado. No meu depoimento à polícia, perguntaram se havia ocorrido consumo de drogas. Eu disse que sim. Mas eles entenderam que eu havia usado, o que eu não lembro ter acontecido. Estamos aguardando o laudo dos exames que vai mostrar isso." O resultado deve sair em 30 dias.
"Foi uma hora de terror. Eu gritei, pedi ajuda, mas chegou um momento de tanto pavor que a voz nem saia de dentro de mim. Eu só queria que aquilo terminasse logo. Quando eles me soltaram dei por falta das minhas coisas. Os estupradores disseram que o rapaz com quem eu estava antes afirmou que era namorado e levou tudo. Saí correndo, chorando, até encontrar um funcionário do parque, que me ajudou a chegar até em casa", disse.
A polícia localizou esse homem, que não teve o nome divulgado. Ele tentava extorquir dinheiro da adolescente para devolver o aparelho. Ele foi indiciado por furto. A polícia, contudo, disse ter dificuldade para esclarecer a autoria porque a vítima afirma não conseguir identificar os agressores. Também não há câmeras de segurança na área onde a jovem foi atacada - conhecida como bananal, o local é mais afastado e cercada por árvores.
"Estou em choque com tudo isso. Não sou essa menina promíscua que as pessoas estão falando. O meu relato à polícia foi deturpado. Se eu estivesse em sã consciência, jamais teria acontecido isso. Ainda mais porque eu que sempre fui aquela pessoa que tem noção do perigo, sempre me previno muito", concluiu a estudante.
A guarda estima que entre 50 mil e 70 mil pessoas se concentraram no parque no horário de pico na tarde de domingo, diante de um efetivo de apenas 51 guardas espalhados pelos cerca de 1,6 milhão de metros quadrados. "O Ibirapuera é o parque mais seguro de São Paulo, mas esse foi um acontecimento atípico", disse o inspetor Carlos Alberto Souza Matos, responsável pela segurança.

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