SAMY ADGHIRNI
CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - O chefe da Defensoria do Povo da Venezuela, órgão oficial para questões de direitos humanos, disse nesta segunda-feira (18) que avaliará o projeto de lei de anistia que a nova maioria parlamentar opositora pretende aprovar em breve para libertar dezenas de políticos opositores e simpatizantes presos desde os protestos de 2014.
"Não vou adiantar opinião sobre uma lei que ainda não foi apresentada de forma oficial [...], mas, evidentemente, a Defensoria do Povo, como fez em outras oportunidades, terá que emitir uma opinião", disse à imprensa o defensor do Povo, o chavista Tarek William Saab.
A declaração foi feita após familiares de opositores presos se manifestarem em frente à sede do escritório de Saab, no centro de Caracas. O defensor prometeu recebê-los na quarta-feira (20).
Saab, porém, insistiu em que também levará em consideração a opinião das famílias das vítimas dos protestos, nos quais 43 pessoas morreram, incluindo estudantes e policiais.
Muitas destas famílias estão alinhadas com o governo e consideram que as manifestações foram ataques da extrema-direita para semear o caos e preparar um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro.
Representantes das vítimas serão recebidos na próxima sexta-feira (22), disse Saab.
A aprovação da lei de anistia é prioridade do novo Parlamento dominado pela aliança opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), que venceu a eleição de 6 de dezembro e tomou posse há duas semanas.
A corte suprema, alinhada com Maduro, pôs em xeque a supermaioria de dois terços conquistada pela MUD ao impugnar a vitória de três deputados opositores, mas a maioria simples basta para aprovar a lei.
Embora a legislação tenha mecanismo para contornar um provável veto presidencial, Maduro prometeu resistir, com apoio da Justiça, a esforços para libertar opositores que considera "fascistas."
Escrito por Da Redação
Publicado em 18.01.2016, 20:44:26 Editado em 27.04.2020, 19:53:36
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