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'Charlie Hebdo' é criticado por retratar menino refugiado como estuprador

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma nova charge do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" provocou revolta nas redes sociais. A peça sugere que Alan Kurdi, menino refugiado que morreu afogado ao tentar chegar à Europa, se tornaria um agressor sexual quan

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.01.2016, 14:50:28 Editado em 27.04.2020, 19:53:41
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma nova charge do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" provocou revolta nas redes sociais. A peça sugere que Alan Kurdi, menino refugiado que morreu afogado ao tentar chegar à Europa, se tornaria um agressor sexual quando crescesse, em referência à recente onda de denúncias contra imigrantes na Alemanha.
No desenho, intitulado "Migrantes" e assinado pelo cartunista Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, dois homens pervertidos correm atrás de mulheres apavoradas.
"O que o pequeno Alan seria se ele se tornasse adulto?", pergunta a charge, ao lado uma caricatura do corpo do menino afogado em uma praia. "'Apalpador' de bundas na Alemanha", acrescenta.
A ilustração foi publicada na última edição do "Charlie Hebdo", que foi às bancas nesta quarta-feira (13), menos de uma semana depois do primeiro aniversário do atentado terrorista à redação do semanário.
Revoltados com a charge, muitos leitores acusaram a publicação satírica de generalizar os imigrantes como criminosos, propagando racismo e xenofobia.
"Que vergonha dos racistas do 'Charlie Hebdo'. Relacionar estupro e raça é verdadeiramente vergonhoso", publicou no Twitter uma usuária identificada como Kavita Krishnan.
"E aí, 'somos todos Charlie?'", indagou em tuíte o usuário José Antonio Lima, em referência ao slogan "Je suis Charlie" ('Eu sou Charlie', em português), que se popularizou como forma de apoio ao semanário francês após o ataque de janeiro de 2015.
REFUGIADOS
O corpo de Alan Kurdi, 3, foi fotografado em uma praia na Turquia após o naufrágio da embarcação em que viajava com destino à Grécia. As imagens circularam o mundo, gerando comoção e atraindo atenção para a crise migratória no Mediterrâneo.
Em meio ao crescente drama vivido pelos refugiados, alguns governos europeus, como o da Alemanha, flexibilizaram suas políticas de asilo. Grupos ultranacionalistas reagiram à chegada de estrangeiros, acusando-os de ameaçar a vida cultural e econômica de seus países.
O discurso antimigrantes ganhou força após a recente onda de agressões físicas e sexuais contra mulheres, cometidas em grande parte por estrangeiros, durante as celebrações de Ano-Novo em Colônia, dentre outras cidades alemãs.
A apresentação de centenas de denúncias de violência provocou protestos e inspirou até mesmo a organização de ataques contra refugiados.
Nesta semana, o governo da chanceler alemã Angela Merkel reagiu às denúncias com medidas para facilitar a deportação de imigrantes que tenham cometido crimes sexuais ou delitos graves, como homicídios e sequestros.

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