SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, pediu na noite de quinta-feira (7) aos diplomatas autorizados a ficar no país que não interfiram na questão dos deputados impugnados pela Justiça.
O alerta foi dado pelas autoridades depois que o presidente da Assembleia Nacional, o opositor Henry Ramos Allup, deu posse na última quarta-feira (6) a três parlamentares da oposição mesmo com o impedimento judicial.
Para os chavistas, a decisão foi um atropelo ao Poder Judiciário, dominado pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Devido a isso, anunciaram oficialmente que não vão respeitar as decisões do Legislativo, controlado por seus rivais.
A determinação foi feita durante reunião de Rodríguez com os representantes dos países que têm corpo diplomático no país. Para a chanceler, a posse dos deputados impugnados foi uma violação à Constituição do país.
"Nós demos informação relevante sobre as violações da Constituição, às leis da república por esta bancada burguesa, anticonstitucional, inconstitucional e que violenta as leis da Venezuela", disse.
Ela afirmou que deu aos diplomatas "dados suficientes" sobre o que está acontecendo na Venezuela e pediu aos países que "encerrem as mentiras sobre a Venezuela, que encerrem as campanhas de ódio".
Horas antes, o presidente Nicolás Maduro voltou a dizer que pretendem fazer uma intervenção internacional no país. Na opinião dele, a oposição quer preparar um clima de violência para permitir a interferência externa.
Desde que assumiu a Presidência, em 2013, o mandatário diz ser vítima de uma conspiração liderada pelos EUA para derrubá-lo. Ele também atribui aos americanos a queda do preço do petróleo, um dos fatores para a crise econômica.
ANULAÇÃO
Na quinta, a bancada chavista na Assembleia Nacional pediu ao Tribunal Supremo de Justiça que anule as decisões do Parlamento enquanto os três deputados impugnados estiverem participando das sessões.
Por outro lado, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Barros Allup, disse que não se pode considerar a medida como um desacato, como dizem os parlamentares governistas.
A oposição considera a decisão judicial ilegítima porque ela foi determinada também por juízes indicados pela antiga legislatura, de maioria chavista, dias antes da posse da nova Assembleia, dominada pela oposição.
Escrito por Da Redação
Publicado em 08.01.2016, 12:12:29 Editado em 27.04.2020, 19:53:48
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