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Tóquio e Seul chegam a acordo sobre escravas sexuais coreanas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um pedido formal de desculpas do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e uma compensação financeira de 1 bilhão de ienes (R$ 33 milhões). Esses são os principais pontos do acordo acertado entre o Japão e a Coreia do Sul nesta

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.12.2015, 09:15:31 Editado em 27.04.2020, 19:54:01
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um pedido formal de desculpas do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e uma compensação financeira de 1 bilhão de ienes (R$ 33 milhões).
Esses são os principais pontos do acordo acertado entre o Japão e a Coreia do Sul nesta segunda (28) para pôr fim ao impasse histórico relacionado à escravização de mulheres sul-coreanas pelas Forças Armadas japonesas entre 1910 e 1945.
O pacto poderá pôr fim a décadas de animosidade e desconfiança entre os dois países.
"O acordo marca o início de uma nova era entre Japão e Coreia do Sul", disse o ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida. "Abe pediu desculpas do fundo de seu coração às mulheres por sua dor e pelas suas cicatrizes, difíceis de curar tanto física quanto psicologicamente".
Já Yun Byung-se, ministro sul-coreano, disse que Seul considera o acordo "final e irreversível", caso o Japão cumpra suas promessas.
Em contrapartida, a Coreia do Sul deixará de criticar o Japão publicamente sobre o assunto e negociará com movimentos da sociedade civil para a retirada de uma estátua que representa as vítimas sul-coreanas instalada em frente à embaixada japonesa em Seul. Semanalmente, são realizados protestos no local.
O fundo de 1 bilhão de ienes, que provirá do Orçamento nacional do Japão, será destinado a projetos de apoio às vítimas que ainda estão vivas. São 46 na Coreia do Sul, a maioria entre os 80 e 90 anos.
"MULHERES CONFORTO"
Estima-se que cerca de 200 mil mulheres -eufemisticamente chamadas de "mulheres conforto"- tenham sido escravizadas sexualmente por membros das tropas japonesas, principalmente na China e na península de Coreia, entre 1910 e 1945.
O tema voltou à tona a partir de 2013, quando o premiê Abe aumentou os gastos militares do Japão pela primeira vez em 11 anos e defendeu o fortalecimento das Forças Armadas. A Constituição japonesa pós-Segunda Guerra Mundial havia estabelecido que o Japão só poderia atuar militarmente para sua autodefesa.
Em 2007, Abe chegou a dizer que não existiam provas de que o governo ou o Exército japonês tivesse sequestrado estrangeiras para escravização sexual. Depois, ele voltou atrás em suas declarações.
Por muito tempo, o Japão argumentou que a questão estava resolvida desde 1965, quando um tratado restaurou as relações diplomáticas entre os países e houve a transferência de US$ 800 milhões em ajuda econômica e empréstimos de Tóquio a Seul.
Também em 1993 houve um pedido de desculpas, emitido pelo então chefe de gabinete do governo japonês, Yohei Kono. No entanto, os sul-coreanos argumentavam que não houve reconhecimento das autoridades japonesas sobre as atrocidades cometidas no período colonialista. Também a compensação financeira, na ocasião, provinha majoritariamente de doações privadas, não do governo japonês.
No mês passado, Abe e a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, realizaram uma cúpula bilateral, na qual decidiram acelerar as negociações para solucionar o assunto.

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