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Em debate, democratas se unem para atacar Donald Trump

MARCELO NINIO WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Donald Trump tornou-se o maior aliado do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) para atrair novos simpatizantes, disse a pré-candidata à Casa Branca Hillary Clinton. A acusação indicou o tom do debate deste sáb

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.12.2015, 08:35:13 Editado em 27.04.2020, 19:54:07
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MARCELO NINIO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Donald Trump tornou-se o maior aliado do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) para atrair novos simpatizantes, disse a pré-candidata à Casa Branca Hillary Clinton. A acusação indicou o tom do debate deste sábado (19) entre os aspirantes à presidência dos EUA do Partido Democrata, que se uniram para atacar Trump, líder absoluto da disputa republicana.
Segundo Hillary, as propostas de Trump para lidar com a ameaça terrorista, como barrar a entrada de todos os muçulmanos nos EUA, aumentam a insegurança do país. "Ele está se tornando o melhor recrutador do EI. Eles estão mostrando vídeos de Donald Trump insultando o islã e os muçulmanos para recrutar mais jihadistas radicais", afirmou Hillary, franca favorita na corrida democrata.
Os outros dois pré-candidatos do partido também não pouparam ataques a Trump, acusando o bilionário empresário de explorar cinicamente o medo dos americanos, especialmente depois do atentado que deixou 14 mortos em um centro comunitário na Califórnia, no dia 2 de dezembro.
Segundo colocado nas pesquisas entre os democratas, o senador Bernie Sanders disse que os EUA vivem "um momento muito perigoso", com o medo crescente dos americanos em relação à ameaça terrorista. Sanders criticou os ataques de Trump a mexicanos e muçulmanos, por seu caráter xenófobo e por ocultarem o que ele considera o maior problema do país, a desigualdade econômica. "Enquanto isso, os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres", afirmou Sanders.
Assim como acontecera nos dois primeiros debates democratas, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton mostrou segurança e domínio dos temas, voltando a levar vantagem sobre seus concorrentes. Com fama de durona e pouca simpatia, ela estava tão à vontade que se permitiu alguns momentos bem humorados, como ao ser questionado sobre o "amor" do setor corporativo a sua campanha.
"Acho que todos deveriam me amar", brincou, arrancando aplausos e risadas da platéia. De quebra, concluiu sua participação com uma frase do filme Guerra nas Estrelas: "Que a força esteja com vocês".
A seis semanas do início das primárias do partido, Hillary está disparada na frente, com 59% da preferência. Sanders tem 28% e o ex-governador de Maryland Martin O

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Malley aparece num distante terceiro e último lugar, com 5%. Foi um debate com pouca tensão e vários gestos de cordialidade entre os candidatos. Mas também houve momentos de divergência, embora menos do que poderia se esperar numa disputa presidencial. Um deles foi em relação à estratégia para derrotar o Estado Islâmico e resolver a crise na Síria. Para Hillary Clinton, é preciso apoiar simultaneamente as campanhas contra o ditador sírio, Bashar al-Assad, e o EI. Sanders discordou, afirmando que a prioridade deve ser destruir o grupo terrorista. Ações externas para mudar regimes geralmente criam uma situação pior, afirmou, citando como exemplo a intervenção americana no Iraque para derrubar o ditador Saddam Hussein, que criou o caos no qual surgiu o Estado Islâmico. "Mudar regimes e se livrar de ditadores é fácil, mas temos que pensar no dia seguinte", disse Sanders, lembrando que Hillary votou a favor da invasão do Iraque em 2002, quando ela estava no Senado. Na semana que antecedeu o debate, a disputa democrata havia sido dominada pela revelação de que um membro da equipe de Sanders acessou indevidamente dados sobre os eleitores de Hillary. Como punição, o partido suspendeu o acesso da campanha de Sanders à base de dados so Comitê Nacional Democrata. Mas ele foi restabelecido na sexta, após uma ação judicial apresentada por Sanders. O tema gerou tensão entre os dois pré-candidatos, mas ela não durou muito no debate. Questionado sobre o assunto logo no início, Sanders pediu desculpas a Hillary e defendeu uma investigação no partido para apurar as falhas que permitiram o incidente. A cordialidade de Sanders facilitou a vida de Hillary e em alguns pontos do debate ela parecia já falar como a candidata democrata. Analistas afirmam que o senador poderia ter sido mais agressivo em assuntos como a responsabilidade de Hillary pelo ataque ao consulado americano em Benghazi (Líbia) em 2012 ou sua proximidade com o mercado financeiro, mas preferiu não arriscar, seja por estratégia ou temperamento. Em várias ocasiões ele disse que não faria "campanha negativa", descartando partir para o ataque contra Hillary. "Sanders tem muitas qualidades, mas não é um lutador de rua", escreveu Patrick Healy, do jornal "New York Times". Os sinais de agressividade mais evidentes no debate partiram de Martin O Malley, talvez pela ansiedade para sair da sombra dos favoritos. Num certo momento, quando o assunto era controle de armas, ele condenou o histórico de Hillary e Sanders, acusando-os de serem inconsistentes. "A secretária Clinton muda de posição sobre isso a cada eleição", criticou o ex-governador. Sem parecer se importar, Clinton reagiu com uma sonora gargalhada.

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