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77% dos colombianos não querem ex-guerrilheiros das Farc na política

SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL BOGOTÁ, COLÔMBIA (FOLHAPRESS) - Os colombianos combinam entusiasmo e receio com relação ao acordo de paz com as Farc. Se as pesquisas indicam 70% de apoio às negociações e 61% a favor do plebiscito para referendar os po

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 15.12.2015, 16:33:31 Editado em 27.04.2020, 19:54:16
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SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL
BOGOTÁ, COLÔMBIA (FOLHAPRESS) - Os colombianos combinam entusiasmo e receio com relação ao acordo de paz com as Farc.
Se as pesquisas indicam 70% de apoio às negociações e 61% a favor do plebiscito para referendar os pontos do acerto, 77% não querem que os ex-guerrilheiros possam entrar na política e quase 80% não aceitam que tenham anistias e indultos (números do instituto Cifras y Conceptos e da revista "Semana").
Nas ruas de Bogotá, iluminadas com as luzes de Natal e movimentadas devido ao período de compras, podem-se escutar os argumentos a favor e contrários ao acordo.
"Ninguém pode dizer que é contra a paz, pois essa guerra vem destruindo o país, mas também não dá pra aceitar criminosos sentados no Congresso", diz Antonio Sepúlveda, 32, comerciante, diante de sua loja de decoração, no centro.
"A paz tem um custo, não é fácil, se fosse, não estaríamos em guerra por mais de 50 anos. Temos de pagar esse preço e aceitar termos que parecem desagradáveis. Apoio o acordo, quero poder viajar e não quero que olhem para o meu passaporte no exterior como sinônimo de perigo", diz Ana Pérez, 42, que passeava com os filhos no parque La 93, área nobre da cidade.
Outra preocupação recorrente dos colombianos é com o custo do chamado período de "pós-conflito", no qual serão necessários investimentos do Estado para recuperar áreas antes tomadas pela guerrilha e realocar os mais de 5 milhões de pessoas que abandonaram suas casas para fugir do conflito.
A população de "desplazados" (deslocados) da Colômbia é a maior do mundo entre países que não estão em guerra. A maioria deles vive nas periferias das grandes cidades, como Bogotá.
"Um país em paz é um país que traz investimentos. Mesmo que tenhamos que gastar agora, os frutos são uma Colômbia de economia mais próspera", diz o empresário Enrique Ortuño, que almoçava no bairro de La Merced.
Segundo o governo, espera-se, a médio prazo, um crescimento adicional do PIB de até três pontos percentuais caso o conflito seja mesmo superado. A paz significaria a recuperação de territórios e de infraestrutura hoje nas mãos das Farc.
A Colômbia cresceu 2,5% em 2015 e é dos poucos países da América do Sul com boas perspectivas de desempenho macroeconômico para 2016, com previsão de um crescimento entre 3,5% e 4% e taxa de desemprego e inflação estáveis.
Caso o acordo tenha sucesso, o PIB poderá crescer então entre 6,5% e 7% a partir de 2017.

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