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Recife terá telefone para médicos com dúvidas

KLEBER NUNES RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Capital do Estado com mais casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus zika (646 registros), o Recife terá um serviço de teleconsultoria em neuropediatria e infectologia. O serviço pioneiro terá o objetivo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.12.2015, 18:19:32 Editado em 27.04.2020, 19:54:27
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KLEBER NUNES
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Capital do Estado com mais casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus zika (646 registros), o Recife terá um serviço de teleconsultoria em neuropediatria e infectologia. O serviço pioneiro terá o objetivo de esclarecer com rapidez as dúvidas de profissionais da saúde sobre o vírus e a má-formação do perímetro cefálico dos fetos.
O centro de teleatendimento irá funcionar em uma policlínica no bairro Madalena, na zona oeste da cidade, e será coordenado por dois neuropediatras nomeados, nesta segunda-feira (7), pelo prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB).
Seis profissionais, entre fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, farão o atendimento às crianças com microcefalia no local.
A data de inauguração do centro ainda é incerta, no entanto, porque há um prazo legal de 60 dias para que os servidores tomem posse. O secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, disse que espera "encurtar" o prazo, diante da situação crítica. "Precisamos desses profissionais o mais rápido possível", afirmou.
Para o infectologista da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Carlos Eduardo Padilha, o serviço é necessário nessa fase de investigação dos casos suspeitos. "As respostas ao que está acontecendo ainda são muito escassas, o que tem dado margem a boatos. Esse centro será fundamental para esclarecer os profissionais de saúde que se depararem com meias verdades que estão circulando por aí", disse.
Áudios e mensagens de textos compartilhados por aplicativos de celular vêm provocando pânico no Recife, sobretudo entre mulheres grávidas.
A reportagem teve acesso a uma mensagem de áudio em que uma mulher diz a uma suposta amiga que "fontes seguras", que estariam sendo proibidas pelo governo de divulgar a informação, segundo ela, lhe contaram que a infecção por zika tem consequências graves não só para gestantes, mas também para crianças de até 7 anos. "Se a criança de até sete anos tiver a zika, ela fica com sequela neurológica grave. Inclusive, tem muitas crianças chegando no hospital já em coma", diz o áudio.
Segundo Padilha, o exemplo é ilustrativo de como uma "meia verdade só aumenta o pânico e atrapalha o trabalho médico". "Todo vírus pode atingir o sistema imunológico de uma pessoa e causar danos, não só o zika. E isso nem está acontecendo em grande escala com os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti", completou.
PLANO DE COMBATE
O centro de teleconsultoria para profissionais da saúde integra o plano de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikugunya e da zika, lançado nesta segunda pela Prefeitura do Recife.
O plano envolve mais de 8.000 servidores de 19 secretarias e tem como eixos centrais a conscientização da população e a eliminação dos focos do mosquito. As ações previstas incluirão capacitação dos servidores, mutirões de limpeza e campanhas publicitárias.
"Cada secretaria desenvolverá atividades que trabalhem a prevenção e a mobilização social dentro dos programas de cada uma. Pensamos em um combate ao mosquito sem ampliar despesas", explica o secretário de Planejamento do Recife, Alexandre Rebelo. Durante as aulas nas Academias do Recife, um projeto municipal que oferece centros de atividade física gratuita, por exemplo, os servidores da secretaria de Esportes distribuirão material de campanha e levarão informações sobre o combate aos focos do mosquito.
Atualmente, o Recife tem cerca de 900 agentes de endemias, mas apenas 599 deles fazem visitas a domicílio. Segundo Jailson Correia, os demais estão em desvio de função por motivos de saúde. Este ano, o Recife já notificou mais de 25.200 casos de dengue e tem confirmados 112 de chikungunya e um de zika.
O prefeito Geraldo Júlio disse que aguarda também o repasse de R$ 29 milhões solicitado ao Ministério da Saúde há 15 dias. "Com esse dinheiro nomearemos mais 300 agentes e investiremos em campanhas publicitárias", disse.
Com recursos escassos, a prefeitura espera o apoio de instituições da sociedade civil. "Na semana passada, fechamos parcerias com a Arquidiocese de Olinda e Recife e a Assembleia de Deus, além de colégios e faculdade, que vão ajudar a divulgar a campanha em seus templos", disse Geraldo Júlio, acrescentando que a prefeitura abriu 500 vagas para voluntários que queiram auxiliar no combate ao mosquito.
ATENDIMENTO
O Recife não conta com uma rede especializada para atender mães e crianças com microcefalia. Segundo o secretário Jailson Correia, das cinco Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (Upae) que deveriam compor essa malha, apenas uma está em construção.
O Hospital da Mulher, promessa de campanha do prefeito Geraldo Júlio, que deveria ter sido entregue em 2014, teve sua inauguração adiada para o primeiro semestre de 2016. A unidade orçada em R$ 58 milhões deve oferecer serviços de atendimento de urgência e emergência 24 horas, centros obstétrico e cirúrgico, unidades de terapia intensiva materna e neonatal, clínica ambulatorial e diagnóstico.
Famílias de crianças com microcefalia serão atendidas a partir do Programa Mãe Coruja Recife, que oferece assistência à mulher e ao filho antes, durante e depois do parto.
O governo municipal também anunciou a criação de ambulatórios multiprofissionais, com fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. "Tudo isso é gasto extra para a secretaria de Saúde, que ainda está sendo contabilizado. Mas teremos recursos", disse Jailson Correia.
EXÉRCITO
O Recife registra o menor índice de infestação do mosquito dos últimos oito anos, mas mesmo assim 200 soldados do Exército iniciaram nesta segunda-feira o combate ao Aedes aegypti. "O pico acontece em janeiro e fevereiro, por isso temos que intensificar as ações agora", explicou Geraldo Júlio.
Pela segunda vez este ano, os militares acompanham os agentes de endemias em visitas domiciliares. Nesta primeira semana, o Exército atuará em oito bairros, a maioria deles na periferia, considerados críticos pela prefeitura.

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