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Familiares de desaparecidos fazem protesto para que buscas continuem

THAINÁ CUNHA MARIANA, MG (FOLHAPRESS) - Familiares dos desaparecidos na tragédia causada pelo rompimento de uma barragem em Mariana (MG) pedem que as buscas continuem, mais de duas semanas após o desastre. Eles moravam em Bento Rodrigues, vilarejo soterr

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.11.2015, 16:25:35 Editado em 27.04.2020, 19:54:54
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THAINÁ CUNHA
MARIANA, MG (FOLHAPRESS) - Familiares dos desaparecidos na tragédia causada pelo rompimento de uma barragem em Mariana (MG) pedem que as buscas continuem, mais de duas semanas após o desastre. Eles moravam em Bento Rodrigues, vilarejo soterrado pelos rejeitos de minério da Samarco.
Na manhã desta sexta-feira (20), 25 pessoas realizaram uma manifestação na cidade para reivindicar mais transparência e efetividade nas buscas.
O rompimento da barragem do Fundão deixou sete mortos e 12 desaparecidos. Outros quatro corpos aguardam identificação.
Com apitos e palavras de ordem, o grupo caminhou em direção ao Centro de Controle da Samarco, espaço organizado pela empresa para atender as vítimas.
"A falta de informação é um desrespeito com a gente. Nossos maridos e familiares não eram bichos" afirma Ana Paula Auxiliadora Alexandre, mulher de Edinaldo Oliveira Assis, que está desaparecido.
"Não é a mãe do presidente da Samarco que está desaparecida, é a minha mãe", gritava Wanderley Lucas Filho. Ele contou que sua mãe, Maria Elisa Lucas, 60, visitava familiares em Bento Rodrigues no dia da tragédia e foi carregada pela lama durante uma pescaria. "Nosso único pedido é que não parem as buscas, é só isso que queremos", afirma ele.
Durante a manifestação, representantes da empresa garantiram que as buscas continuam. A pedido da Samarco, o comandante geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Luiz Henrique Gualberto Moreira, esteve no local e conversou com os parentes das vítimas.
Segundo o comandante, atualmente 42 bombeiros realizam as buscas no subdistrito atingido, mas esse número será reforçado. Moreira também se comprometeu a informar diretamente as famílias sobre as buscas.
A reportagem ouviu também moradores alojados em hotéis desde a tragédia, no dia 5.
Aline Ferreira Ribeiro, 30, cujo marido Samuel Vieira Albino, 34, está desaparecido desde o rompimento da barragem, reclama que são escassas as informações sobre as buscas. "Queremos saber como e com que frequência elas estão sendo realizadas", diz. "Nossa necessidade agora é fazer um enterro digno para essas pessoas e seguir nossas vidas, que estão paradas desde que essa tragédia aconteceu."
O marido de Tânia Carvalho, Daniel Altamiro de Carvalho, 53, já tinha expressado medo de que a barragem se rompesse, segundo ela. "Ele já tinha comentado isso. Num dia normal de trabalho, em que ele saiu às 5h30, nunca mais o vi e nem fui informada sobre o que aconteceu com ele", diz.
NOVA VIDA
A empresária Sandra Dometirdes Quintão, 33, não perdeu nenhum familiar na tragédia, mas o rompimento da barragem levou todos os seus bens materiais. Conhecida no vilarejo por ser proprietária do Bar e Restaurante da Sandra, antes do desastre ela servia almoço e vendia cocada em Bento Rodrigues.
Agora, ela prepara coxinhas e pés-de-moleque por encomenda na cozinha do Hotel Providência, um dos locais ofertados pela Samarco para abrigar os sobreviventes.
"Tenho uma entrega de mil coxinhas encomendadas para hoje [quinta, 19]. Graças à essa atividade, a tristeza não tomou conta de mim. Agradeço muito aos proprietários do hotel por essa oportunidade. Todos querem que eu abra outro bar e restaurante, mas não são esses os meus planos agora", afirma Quintão.

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