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Mulher-bomba não largava celular e não lia o Alcorão, dizem testemunhas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em alguns meses, Hasna Ait Boulahcen se transformou. De garota que curtia festas e sempre circulava com um chapéu de caubói, passou a fazer planos de ir à Síria para se juntar ao Estado Islâmico. No entanto, Hasna será lembrad

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.11.2015, 14:38:26 Editado em 27.04.2020, 19:54:55
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em alguns meses, Hasna Ait Boulahcen se transformou. De garota que curtia festas e sempre circulava com um chapéu de caubói, passou a fazer planos de ir à Síria para se juntar ao Estado Islâmico. No entanto, Hasna será lembrada como a primeira mulher-bomba suicida da França.
Seus planos foram interrompidos pela ação policial que encontrou e matou seu primo, Abdelhamid Abaaoud, apontado como autor dos atentados em Paris, na quarta-feira (18). Um vídeo mostra a conversa entre ela e os policiais pouco antes de se explodir.
"Onde está seu amigo, onde está?", grita um policial de elite. Uma voz rouca e estridente responde: "Ele não é meu amigo!". Seguem detonações e, pouco depois, uma explosão.
Há seis meses, a súbita transformação da jovem de 26 anos surpreendeu os moradores de Aulnay-Sous-Bois, um bairro popular de Paris. Hasna "havia começado a usar o hijab [túnica que cobre parte do corpo e deixa o rosto à mostra]. Ela fabricou sua própria bolha, mas não procurava estudar a religião, eu nunca a vi abrir um Alcorão", indicou à agência "AFP" um homem que se apresenta como seu irmão e que pediu anonimato.
"Ela estava sempre com seu smartphone no Facebook e WhatsApp". Três semanas atrás, ela partiu para morar com uma amiga em Drancy, conta ele.
Mesmo espanto em Creutzwald, cidade no leste da França, para onde a jovem ia com frequência visitar seu pai, de 74 anos.
Lá, ela é lembrada como uma menina festeira, "com seu chapéu e botas de cowboy", que "de vez em quando fumava e bebia nas festas", conta um velho amigo, Jerome.
Nascida em agosto de 1989 nos arredores de Paris, Hasna teve uma infância difícil, marcada por maus-tratos. Ela foi colocada em um lar adotivo entre 8 e 15 anos.
"No início, tudo corria bem. Era uma garota como qualquer outra", mas sem qualquer gesto de ternura, lembra sua mãe adotiva.
Então as coisas se deterioram: "Para mim, o problema vinha de sua casa", das visitas uma vez por mês a seus pais. Ela se lembra de 11 de setembro de 2001, quando a menina "aplaudia os ataques aos Estados Unidos assistindo TV".
O pai, um muçulmano praticante que deixou a família para trabalhar, está atualmente no Marrocos.
Aos poucos, a adolescente passou a fazer apenas o que lhe agradava e tinha gestos estranhos. "Ela sempre envolvia sua cabeça com um pano e dizia que era o diabo à noite".
Ela deixou a família adotiva de repente, aos 15 anos. O último contato foi em 2008. "Quando ela saiu, eu disse a mim mesmo: 'está perdida'", disse a mãe adotiva, que chorou ao ver a imagem de Hasna na televisão.
"Ao crescer, ela perdeu as referências, multiplicou as fugas, as más companhias", resume seu irmão.
De acordo com uma fonte próxima ao caso, a jovem era fichada na polícia por um caso ligado às drogas.
Depois de sua súbita radicalização, a jovem "passava seu tempo criticando tudo, ela não aceitava nenhum conselho e mantinha relações questionáveis", lembra o irmão. "Estamos muito tristes por todas as vítimas", ele repete.

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