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Partido de Nobel da Paz confia em vitória nas eleições em Mianmar

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A opositora Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, prevê que conquistará 70% das cadeiras na histórica eleição realizada no domingo -percentual que daria uma vitória avassaladora ao

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.11.2015, 14:33:57 Editado em 27.04.2020, 19:55:13
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A opositora Liga Nacional pela Democracia (LND), da líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, prevê que conquistará 70% das cadeiras na histórica eleição realizada no domingo -percentual que daria uma vitória avassaladora ao partido e poria fim a meio século de domínio militar.
Caso o resultado seja confirmado, a LND poderia conquistar a maioria absoluta no Parlamento, apesar da medida que reserva 25% das cadeiras aos militares, e teria condições de eleger o próximo presidente.
A previsão foi feita pelo porta-voz do LND, Win Htein, no dia em que a comissão eleitoral começou a divulgar os primeiros resultados. "Vencemos de lavada", disse Nyan Win, outro porta-voz do partido, à Associated Press.
A LND anunciou ter conquistado 44 das 45 cadeiras da região de Yangun, a capital econômica do país, na Câmara baixa. O partido também diz ter conquistado todas as 12 cadeiras de Yangun na Câmara alta. No total, há 498 cadeiras em disputa nas câmaras baixa e alta.
Os resultados iniciais desataram cenas de celebração entre partidários na sede do partido em Yangun, onde a opositora e vencedora do Nobel da Paz conta com forte apoio.
"Ganhamos em algumas regiões, estados e divisões, mas também perdemos em outras", disse Htay Oo, o presidente do partido governista, a um canal de TV local. "Temos um percentual de perdas maior que de vitórias."
Paralelamente ao pleito nacional, foram realizadas eleições para os Legislativos estaduais. A LND diz ter conquistado 87 das 90 cadeiras do Parlamento de Yangon.
NOVA ERA
A vitória do partido de Suu Kyi iniciaria uma nova era no país, após décadas de poder militar. Apesar da "autodissolução" da junta em 2011, os militares permanecem no poder.
Aos 70 anos, Suu Kyi, filha do general Aung San, um dos líderes da independência birmanesa, passou 15 anos em prisão domiciliar e encarna há três décadas o desejo de democracia da população.
Os ex-generais no poder, que se apresentam como reformistas, prometeram respeitar o resultado das urnas. No entanto, o clima ficou tenso antes das eleições com a detenção de líderes estudantis, a impossibilidade do direito ao voto de milhares de muçulmanos e a anulação do pleito nas regiões com conflitos étnicos armados.
Segundo a primeira avaliação da missão europeia de observadores, autorizada a acompanhar pela primeira vez uma eleição em Mianmar, a votação aconteceu sem dificuldades.
"Embora estas eleições representem um passo adiante, não foram perfeitas", disse o secretário de Estado americano, John Kerry.
Os únicos números oficiais até o momento mostram que a taxa de participação chegou a quase 80% dos mais de 30 milhões de eleitores.
Uma vez eleito, o Parlamento terá de escolher no início de 2016 o próximo presidente.
Suu Kyi sabe que não poderá ser chefe de Estado porque a Constituição birmanesa proíbe o acesso ao cargo às pessoas que têm filhos de nacionalidade estrangeira, como é o seu caso.
Mas na semana passada ela advertiu que estaria "acima do presidente" em caso de vitória da LND.
"Não tenho nenhuma dúvida sobre os resultados. Tudo vai mudar", disse Yee Yee, vendedora em um mercado de Yangun, que votou na LND.
As últimas eleições legislativas livres no país haviam acontecido em 1990, com uma grande vitória da LND. Suu Kyi não participou daquela campanha porque estava em prisão domiciliar, e a junta militar não reconheceu o resultado.
Vinte e cinco anos depois, os militares herdeiros da junta prometem reconhecer os resultados. A LND precisa de 330 cadeiras (67% dos votos, segundo diversos cálculos) para assegurar a maioria.

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