PAULA REVERBEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a diversos protestos contrários ao projeto de lei 5.069/13, de autoria do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um grupo de manifestantes favoráveis à proposta realizou neste sábado um ato na avenida Paulista, em São Paulo.
Entre outras medidas, o PL dificulta o aborto legal e restringe a venda de medicamentos abortivos no país. Para movimentos sociais, a proposta poderia impedir até mesmo a venda da pílula do dia seguinte.
De acordo com a estilista e empresária Juliana Almeida, que ajudou a convocar o encontro deste sábado, a manifestação foi organizada via WhatsApp por um grupo de mulheres simpáticas à iniciativa de Cunha, que creem que o PL é benéfico a pessoas do sexo feminino.
"O projeto criminaliza quem induz a mulher ao aborto", disse Almeida, para quem muitas mulheres são orientadas a interromper a gravidez quando estão fragilizadas. Ela faz parte de um grupo de WhastApp chamado Ação Mulher, por onde o protesto foi convocado há menos de uma semana.
"São mulheres empreendedoras e engajadas, que acham que esses grupos feministas radicais não nos representam", explicou. A divulgação restrita do protesto não visava, segundo Almeida, evitar uma contramanifestação feminista.
Para Almeida, o PL 5069 não dificulta o aborto legal, apenas desfaz ações legislativas -aprovadas e sancionadas de 2013 para cá- que permite que a mulher minta para se encaixar nos critérios de abortos permitidos pela lei.
"O projeto é contra o oportunismo da agenda abortista, que quer legalizar o aborto em qualquer caso e em qualquer fase gestacional", afirmou.
A lei atual prevê que sejam "facilitados" o registro de ocorrência policial e exames de corpo de delito. A mulher, porém, pode decidir fazê-los ou não. Não precisa provar o estupro para fazer o aborto.
Com a proposta, tanto a passagem pela delegacia como o exame para constatar a violência viram obrigatórios.
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.11.2015, 21:11:52 Editado em 27.04.2020, 19:55:15
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