SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chancelaria do Reino Unido recomendou nesta quinta-feira (9) que todos os turistas britânicos deixem a Tunísia e que viajem para o país somente quando necessário. As autoridades anunciaram, também, que estão trabalhando com agências de turismo para retirar os turistas que ainda estão no país norte-africano.
O anúncio vem quase duas semanas após a morte de 38 turistas estrangeiros, dentre os quais 30 britânicos, em um ataque a tiros em um balneário na cidade de Sousse, no norte da Tunísia. A ação foi reivindicada pela facção radical Estado Islâmico (EI).
Em março, um ataque de radicais ao Museu do Bardo, em Túnis, deixou 24 mortos, incluindo 21 turistas estrangeiros.
"Desde o ataque em Sousse, (...) o cenário de risco evoluiu significativamente, levando-nos a prever que futuros ataques terroristas são muito prováveis", disse em um comunicado o chanceler britânico Philip Hammond.
O comunicado do ministro afirma, também, que as autoridades "não acreditam que as medidas de segurança adotadas garantam a proteção adequada aos turistas britânicos na Tunísia".
Desde a ação em Sousse, muitos britânicos deixaram a Tunísia, mas estima-se que 3.000 ainda estejam no país.
A recomendação da chancelaria britânica deve atrapalhar a indústria de turismo da Tunísia, que emprega 400 mil pessoas e corresponde a 15% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
MEDIDAS DA TUNÍSIA
Após o anúncio da chancelaria do Reino Unido, o premiê tunisiano, Habib Essid, disse que o seu país fez "tudo o que podia" para proteger os turistas britânicos e de outras nacionalidades. O premiê disse, também, que seu governo vai ajudar a remover os cidadãos britânicos do país.
As autoridades afirmam que os atiradores de Sousse foram mortos no local pela polícia e que suspeitos de envolvimento com os radicais estão detidos.
No sábado (4), o governo tunisiano decretou um estado de Emergência e aprovou novas medidas de segurança, como o envio de 1.300 agentes de segurança para patrulhar hotéis, praias e outras atrações turísticas.
Além disso, a Tunísia fechou o cerco contra 80 mesquitas em situação irregular, que supostamente poderiam contribuir para a radicalização de indivíduos.
O Exército tunisiano e empreiteiras estão erguendo uma barreira na fronteira com a Líbia, onde terroristas teriam treinado os responsáveis pelo ataque de Sousse. O objetivo da construção do muro é evitar que radicais entrem na Tunísia. Segundo o governo, a barreira terá 168 quilômetros -cerca de um terço da fronteira entre os países- e será construída até o final do ano.
Escrito por Da Redação
Publicado em 10.07.2015, 09:39:58 Editado em 27.04.2020, 19:58:17
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