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Impunidade propicia crimes de guerra de Israel e palestinos, diz ONU

DIOGO BERCITO BEIRUTE, LÍBANO (FOLHAPRESS) - Em um relatório que apontou a possibilidade de que Israel e grupos armados palestinos cometeram crimes de guerra no conflito do ano passado entre forças israelenses e a facção radical Hamas, uma comissão de in

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.06.2015, 15:28:07 Editado em 27.04.2020, 19:58:49
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DIOGO BERCITO
BEIRUTE, LÍBANO (FOLHAPRESS) - Em um relatório que apontou a possibilidade de que Israel e grupos armados palestinos cometeram crimes de guerra no conflito do ano passado entre forças israelenses e a facção radical Hamas, uma comissão de inquérito das Nações Unidas pediu nesta segunda-feira (22) o fim da impunidade em ambos os lados.
Mecanismos de culpabilidade, segundo o texto da ONU, serão um fator decisivo para que ambas as partes não entrem em uma nova rodada de hostilidades.
O documento foi divulgado após um ano de investigação, condenando Israel pelos ataques a áreas densamente povoadas e o Hamas pelo disparo de foguetes contra Israel durante mais de um mês de guerra em 2014.
"O fato de que Israel não revisou sua prática de ataques aéreos, mesmo após o horrendo efeito em civis tornar-se evidente, levanta a questão de se isso foi parte de uma ampla política que foi ao menos tacitamente aprovada pelos níveis mais altos do governo", diz uma nota de imprensa da ONU.
A guerra em Gaza causou, segundo a ONU, a morte de 2.251 palestinos, entre eles 1.462 civis. Em Israel, houve 67 soldados e seis civis mortos. O relatório foi redigido por investigadores independentes e chefiado pela americana Mary McGowan Davis.
Ambos os lados negam ter cometido violações durante o conflito. Israel divulgou, anteriormente, seu próprio relatório sobre a guerra, e tem nos últimos dias realizado intensa campanha para desqualificar o trabalho dos investigadores da ONU.
Binyamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, afirmou que esse documento redigido pelas Nações Unidas é uma "perda de tempo".
Outra linha de argumentação do governo israelense é repetir que o Conselho de Direitos Humanos da ONU tem um viés contrário e uma obsessão em relação a Israel.
O inquérito era inicialmente liderado por William Schabas. Ele renunciou à função após protestos do governo israelense, devido a seu trabalho de consultoria para a Organização para a Libertação da Palestina.
O Hamas, por sua vez, afirma que suas ações durante o conflito foram motivadas pela defesa do território palestino contra agressões israelenses —o que não dá conta da execução de palestinos por essa facção durante o embate, acusados de ter colaborado com Israel.
Para David Benjamin, que foi conselheiro legal do Exército israelense para a faixa de Gaza, o relatório da ONU não traz nenhuma prova conclusiva de crimes de guerra, apoiando-se em informações de segunda mão.
"Sempre haverá problemas enquanto o Hamas utilizar construções civis como estruturas militares", diz à reportagem. "Acusam Israel de atacar sem motivo, mas essa não é a política do Exército."
O problema, segundo Benjamin, é que as informações que justificam os ataques são de Inteligência e não podem ser compartilhadas com a comunidade internacional.
O texto do relatório divulgado nesta segunda critica também Israel pelo contínuo bloqueio a Gaza. Israel retirou seus colonos desse estreito de terra em 2005, mas ainda mantém o seu controle desses arredores, além de impor restrições navais.
A reportagem procurou o governo israelense e o Hamas para comentar o informe, sem obter resposta.
A facção Fatah, que tem o controle do território da Cisjordânia, afirmou por sua vez à reportagem que "precisa de tempo para avaliar o relatório" e que está "estudando palavra por palavra" dele.
"Tudo o que podemos dizer é que apoiamos totalmente a aplicação das leis internacionais", disse Husam Zomlot, diretor da comissão de assuntos internacionais.

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