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'Pressão do mercado' não vai definir uso da vacina da dengue, diz ministro

LUCAS VETTORAZZO RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou, na manhã desta terça-feira (2), um plano federal de vacinação contra a dengue no país. Segundo ele, o Brasil ainda não possui vacinas que estejam em níveis

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.06.2015, 14:59:55 Editado em 27.04.2020, 19:59:30
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LUCAS VETTORAZZO
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro da Saúde, Arthur Chioro, descartou, na manhã desta terça-feira (2), um plano federal de vacinação contra a dengue no país. Segundo ele, o Brasil ainda não possui vacinas que estejam em níveis comprovados de eficácia e segurança para serem disponibilizados à população.
Chioro afirmou que o país não será "tencionado por estratégias de mercado" e não virará "plataforma mundial de lançamento de produtos" farmacêuticos ainda não amplamente testados.
Há atualmente duas vacinas contra a doença em estágio mais avançado de desenvolvimento: uma do Instituto Butantan de São Paulo e outra do laboratório privado francês Sanofi Pasteur. A vacina do laboratório francês já foi submetida à análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O ministro ressaltou que o governo deseja que se desenvolva um medicamente eficaz e seguro contra a dengue, mas não sabe quando isso poderá ocorrer, se em 2016, 2017 ou 2018. "Nós não seremos tencionados por estratégias de mercado para colocar qualquer vacina a qualquer custo se não tiver eficácia comprovada e não tiver segurança para a população", disse.
"Se tivermos [um produto dentro do padrão esperado], o governo brasileiro vai fazer a discussão do preço e naturalmente a incorporação dessa tecnologia a serviço da população e da saúde brasileira."
Chioro participou na manhã desta terça-feira (2) da divulgação da PNS (Pesquisa Nacional da Saúde), realizada pelo IBGE.
O levantamento mostrou que, em 2013, 10,4% da população declarou ter tido dengue diagnosticada por um médico alguma vez na sua vida. O Norte (16,1%) é o que tem a maior incidência da doença, seguido do Centro-Oeste (14,9%) e do Nordeste (13,5%). Sudeste (9,5%) e Sul (1%) têm menos casos.
De acordo com o ministro, é possível que esse número seja ainda maior, já que a pesquisa foi feita com base em entrevistas em domicílios e muitas pessoas nem sequer sabem que tiveram a doença.
Mesmo com a gravidade da situação da dengue no país, o ministro afirmou que a pressão pela vacinação da doença embute, além do clamor da população, estratégias de mercado da indústria farmacêutica.
"O Brasil não vai virar plataforma mundial de lançamento de produtos que não tenham eficácia e segurança", disse. "Não é porque existe clamor da população que qualquer dirigente do ministério da Saúde vai fazer uma avaliação apressada, uma incorporação tecnológica sem nenhuma crítica, colocando uma vacina que não dê a proteção necessário à população".
O país vive um surto de dengue desde o início do ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados em 26 de maio, o Brasil registrou 846 mil casos de dengue nos cinco primeiros meses do ano, um avanço de 155% em comparação com igual período no ano passado.
São Paulo lidera o número de notificações da doença, seguido de Minas Gerais e Goiás. Só nesse ano, 290 pessoas morreram por causa do vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti.

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