Arcebispo assassinado de El Salvador é proclamado beato

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O arcebispo salvadorenho assassinado Oscar Arnulfo Romero, símbolo de uma igreja próxima aos pobres, foi proclamado beato neste sábado (23), em uma cerimônia na capital de seu país, 35 anos depois de sua morte.
"Em virtude de nossa autoridade apostólica facultamos para que o venerado servo de Deus, Oscar Arnulfo Romero Galdámez, mártir, pastor segundo o coração de Cristo, evangelizador e pai dos pobres, testemunho heroico dos reinos de Deus, reinos de justiça, fraternidade e paz, se chame beato", proclamou o cardeal Angelo Amato, ao ler uma carta do papa Francisco.
No documento enviado ao atual arcebispo do país, o pontífice recordou a figura de Romero que, segundo ele, convida à reflexão e mostra que é necessário renunciar à violência e ao ódio. "Romero, que construiu a paz com a força do amor, deu testemunho de fé com a sua vida entregue até o fim", escreveu o papa.
A beatificação de Romero, assassinado por um comando de extrema direita em 24 de março de 1980, durante uma missa, tem particular importância dentro da Igreja latino-americana, já que, de alguma maneira, ele era um religioso como o que se propõe ser o primeiro papa da região.
Francisco, que tem mostrado em diferentes ocasiões sua intenção de presidir uma igreja pobre para os pobres, considera Romero, que soube ver e ouvir o sofrimento de seu povo, um modelo.
"Em tempos de difícil convivência (...) soube guiar, defender e proteger seu rebanho", recordou o papa.
Segundo o pontífice, o novo beato lembra à Igreja como ela tem que ser em El Salvador, na América e no mundo inteiro: rica em misericórdia e um fermento de reconciliação para a sociedade.