SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A facção radical Estado Islâmico (EI) passou a controlar mais de 50% do território da Síria após avançar sobre o deserto central do país, onde fica a cidade histórica de Palmira, tomada na quarta-feira (20) por milicianos do grupo.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) detalhou que os radicais dominam 95 mil quilômetros quadrados da Síria e estão presentes em nove províncias: Homs, Raqqa, Deir ez Zor, Al Hasaka, Hama, Aleppo, Damasco, Rif Damasco e Sueida.
Na capital, Damasco, os milicianos controlam partes do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk e do distrito de Hayar al Asuad, ao sul da capital, além de outras áreas.
Além de controlar metade do país, a facção se apoderou de praticamente todos os campos de petróleo e gás na Síria, depois de entrar nas duas instalações de gás da região de Palmira. O regime sírio conta agora apenas com o campo de Shaer, na província de Homs, enquanto as forças curdas controlam os campos do nordeste.
AVANÇOS DOS RADICAIS
Após oito dias de combate com tropas leais a Damasco, milicianos do EI assumiram o controle de Palmira, cidade fundada há pelo menos 4.000 anos.
O regime de Bashar Assad admitiu a derrota por meio da agência oficial Sana, ao afirmar que as tropas leais a Damasco "se retiraram depois da entrada de um grande número de terroristas do EI" na cidade.
A tomada de Palmira aumenta os temores de que o EI possa destruir todo o patrimônio histórico da região — como tem sido feito em regiões que o grupo controla no Iraque.
"Palmira é um extraordinário patrimônio da humanidade no deserto e qualquer destruição ocorrida em Palmira seria não apenas um crime de guerra, mas também uma enorme perda para a humanidade", disse Irina Bokova, diretora da Unesco, em um vídeo publicado pela organização.
Na semana passada, o EI havia assumido o controle de Ramadi, cidade localizada a 110 km da capital iraquiana, Bagdá.
Ao mesmo tempo em que avança sobre a Síria e o Iraque o grupo consolidou nos últimos dias o seu controle sobre Sirte, na Líbia, cidade do ex-ditador Muammar Gaddafi.
O EI proclamou no final de junho de 2014 um califado na Síria e Iraque.
Os extremistas conseguiram se expandir pelo território sírio apesar dos bombardeios da coalizão internacional, iniciados em 23 de setembro do ano passado.
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.05.2015, 12:40:00 Editado em 27.04.2020, 19:59:49
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