SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 350 imigrantes da minoria muçulmana de rohingya, que é perseguida em Mianmar e vem tendo sua entrada negada na Tailândia, estão há uma semana em um barco abandonado no mar de Andaman sem água e comida, com alguns recorrendo à própria urina para ter o que beber.
Os corpos de dez pessoas que morreram na embarcação teriam sido lançados ao mar. De acordo com a BBC, os imigrantes relatam que a tripulação quebrou o motor do barco antes de abandoná-los à própria sorte.
Após a matéria da BBC, helicópteros tailandeses jogaram alimentos na água, perto do barco. Os imigrantes se lançaram em desespero nas águas para buscar as provisões.
Os muçulmanos rohingya não são reconhecidos como cidadãos em Mianmar e são considerados pelas Nações Unidas uma das minorias mais perseguidas do planeta.
A crise migratória no sudeste asiático se intensificou desde que a Tailândia tornou mais rígidas suas regras de imigração. Uma repressão regional vem assustando os contrabandistas, que se recusam a levar as pessoas para a terra e abandonam seus barcos, deixando os imigrantes à deriva.
Nos últimos dias, milhares de imigrantes foram resgatados em alto-mar pela Indonésia e pela Malásia. Outras pessoas chegam até a costa desses países a nado.
Isso não significa, no entanto, que esses países estejam dispostos a receber os imigrantes. A Organização Internacional de Migração acredita que 8.000 imigrantes de Bangladesh e de Mianmar estejam abandonados em alto mar na região.
Na terça (12), a Indonésia havia rebocado um barco com centenas de imigrantes para fora de suas águas territoriais, seguindo uma decisão de um tribunal em Jacarta.
A Malásia, por sua vez, havia dito que só não rejeitaria barcos que estivessem afundando. "Não deixaremos nenhum barco estrangeiro atracar", disse o primeiro-almirante da agência policial da Marinha da Malásia, Tan Kok Kwee.
Escrito por Da Redação
Publicado em 14.05.2015, 13:57:46 Editado em 27.04.2020, 20:00:00
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