SÃO PAULO, SP - As autoridades da França anunciaram nesta segunda-feira (23) que proibirão a saída de seis acusados de tentar viajar para a Síria para se alistar em grupos radicais islâmicos.
É a primeira vez que o país aplica a medida, aprovada em novembro, para impedir que seus cidadãos adiram a milícias radicais, em um dos países mais afetados pela presença de europeus na Síria e no Iraque.
Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, outras 40 pessoas deverão ter seus passaportes confiscados. A maioria dos acusados é de jovens, em sua maioria convertidos ao islã, que "demonstraram vontade de integrar organizações terroristas".
Cazeneuve afirma que eles representam um risco ao país se chegarem aos países do Oriente Médio. Os acusados impedidos de viajar poderão recorrer à Justiça, que terá que tratar os casos pelo procedimento de urgência.
Inicialmente, eles serão impedidos por seis meses, que podem ser prorrogados. Os alertas foram emitidos após informações enviadas por testemunhas ao Ministério do Interior, que já recebeu mais de mil informes desse tipo.
Os nomes dos suspeitos foram enviados também ao sistema de informação do espaço Schengen, formado por 28 países da Europa em que a circulação de pessoas é livre.
A medida é uma das demonstrações de endurecimento das autoridades francesas após os atentados ao jornal satírico "Charlie Hebdo", em 7 de janeiro, e a um mercado kosher em Paris, no dia 9 do mesmo mês, que deixaram 17 mortos.
Os irmãos Said e Chérif Kouachi, autores do ataque ao periódico, fizeram treinamento no Iêmen e eram apoiados pela Al Qaeda na Península Arábica, enquanto Amedy Coulibaly, que atacou o mercado, se dizia filiado ao Estado Islâmico.
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