RIO DE JANEIRO, RJ - O Museu Nacional reabriu na manhã desta sexta-feira (23) na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio.
O museu permaneceu fechado por 11 dias por falta de repasse de verba do MEC (Ministério da Educação) à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), responsável pela administração do espaço.
O museu, fundado por Dom João 6º e que completa 200 anos em 2018, havia fechado porque os funcionários da limpeza se recusaram a trabalhar por conta dos atrasos de pelo menos três meses no pagamento dos salários. Um repasse emergencial à UFRJ de parte do orçamento de 2015, de R$ 8 milhões, cobriu as dívidas pendentes do museu em 2014.
Agora, a administração do espaço aguarda o restante do investimento do ano, que ainda está em negociação. Os funcionários da limpeza, que estavam com os salários atrasados receberam no dia 21. Nesta quinta-feira (22), eles fizeram uma faxina geral no museu.
A empresa responsável pela contratação de porteiros, porém, rompeu contrato com a UFRJ em outubro do ano passado pelo mesmo problema de repasse de verba e até agora nenhuma outra empresa foi contratada. A partir daí, seguranças passaram a exercer dupla função ao fazer o trabalho de porteiros na entrada do museu e das salas de exposição.
"Estamos brigando com a universidade para contratar outra empresa com porteiros, mas ainda não temos nenhuma previsão". disse à Folha Luiz Claudio Guerreiro, administrador do Museu Nacional.
Na ocasião, o vice-diretor do museu, Renato Ramos, disse que os problemas administrativos começaram no último semestre de 2014. Os atrasos já tinham afetado as empresas que prestam serviço de portaria e segurança, mas quando chegou à equipe de limpeza, os funcionários disseram que sequer tinham dinheiro para ir ao trabalho.
Há duas semanas, a UFRJ informou que deixou de receber R$ 60 milhões do Governo Federal, cerca de 20% do orçamento da universidade, no ano passado. Por isso, houve atraso no pagamento das empresas terceirizadas.
A diretora do museu, Cláudia Carvalho, afirmou que os recursos aprovados para a UFRJ foram liberados na segunda-feira (19), e destinados ao pagamento de bolsas em atraso, e à empresa Qualitécnica, que presta serviços de limpeza.
"Foi uma situação atípica, que nunca aconteceu na história do museu por questão de repasse de verba. Agora, nos esforçamos para fazer com que isso não se repita e pensar em contratos menores para o mais antigo museu do Brasil", disse a diretora.
O museu, que conta com três empresas terceirizadas e 170 funcionários, funciona das 10h às 17h, de terça à domingo e de 12h às 17h segunda-feira. Apenas nesta sexta, a entrada é gratuita por causa da reabertura.
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