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Restos mortais de 'Surfista Santo' são transferidos para Ipanema

As comemorações pelo dia de São Sebastião, padroeiro do Rio, na terça (20) serviram também para celebrar o caminho de um morador da cidade que pode virar santo para a Igreja Católica. A Arquidiocese da cidade promoveu a transferência dos restos mortais de

Da Redação

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Surfista morreu afogado em 2009 e é candidato a se tornar santo (Foto: Arquidiocese / Divulgação)
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Surfista morreu afogado em 2009 e é candidato a se tornar santo (Foto: Arquidiocese / Divulgação)
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.01.2015, 11:09:00 Editado em 27.04.2020, 20:03:48
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As comemorações pelo dia de São Sebastião, padroeiro do Rio, na terça (20) serviram também para celebrar o caminho de um morador da cidade que pode virar santo para a Igreja Católica. A Arquidiocese da cidade promoveu a transferência dos restos mortais de Guido Schaffer para a Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Em novembro, o seminarista e surfista morto em 2009 foi considerado "servo de Deus" pelo Vaticano — mais um degrau no processo de beatificação dele.

Os restos mortais do carioca, inicialmente sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, foram transferidos da Igreja de São Sebastião, na Tijuca, para a Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, após a celebração da missa das 10h.A ação, que marca o fato de Guido ter sido considerado um "Servo de Deus" pela Santa Sé, vai ser acompanhada por uma grande carreata organizada por seus amigos e familiares. Segundo a mãe do surfista, esse é um momento abençoado por Deus.

“Esse é um momento que a gente sente agraciado por Deus. Foi uma benção ter tido uma pessoa como Guido na nossa família. É muito gratificante de sentir o reconhecimento da igreja, dos amigos e das pessoas que conviveram com ele”, disse Maria Nazareth Schaffer.

Simbolicamente, a instalação dos restos mortais de Guido na igreja que ele frequentava representa a aproximação de sua memória da comunidade católica. De acordo com o padre Jorjão, da Igreja Nossa Senhora da Paz, Guido participava das missas e de grupos evangelizadores de Ipanema, o que deixou uma grande marca na comunidade.

“Guido tinha um grande amor pelo próximo e isso o tornou muito querido pelos fies. Acredito que a carreata vai reunir um grande número de fiéis”, disse o padre. O processo de beatificação do seminarista Guido Schaffer recebeu em novembro de 2014 o "Nihil Obstat" (nada consta) do Vaticano e a Arquidiocese do Rio instalou um tribunal para dar início ao processo, solicitado em maio de 2014. 

Junto ao pedido, foram enviadas histórias de vida de Guido para comprovar que ele vivia de acordo com os ensinamentos da Igreja. Ele morreu em 2009 enquanto surfava, após sofrer uma convulsão.O pedido de beatificação de Guido, que morreu às vésperas de se tornar padre, foi apresentado oficialmente cinco anos após sua morte, tempo necessário para iniciar o procedimento.

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Guido é reconhecido por ajudar os
mais necessitados
(Foto: Arquidiocese / Divulgação)

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Como a avaliação do pedido leva de seis a oito meses, Dom Roberto, delegado episcopal para a Causa dos Santos da Arquidiocese do Rio, explicou que a primeira fase do processo teve início em janeiro de 2015. Ele não escondeu, no entanto, a expectativa de o Brasil ter tão cedo a chance de ganhar mais um santo em sua História. Primeiro santo nascido no Brasil, Frei Galvão foi canonizado pelo papa Bento XVI, em São Paulo, em 11 de maio de 2007.

Devido à forma como acolhia o próximo, Guido é também chamado de 'São Francisco de Assis Carioca' por Dom Roberto. "Sempre que eu falo de Guido, o comparo a São Francisco de Assis. Além de curar o corpo, ele curava a alma através do evangelho", disse ele.

Surfista, médico e seminarista, Guido Vidal França Schäffer nasceu no dia 22 de maio de 1974, em Volta Redonda. Ele era um jovem surfista, médico, conhecido por seu envolvimento nas causas sociais e morreu aos 34 anos, quando estava prestes a se tornar padre.O vigário paroquial da Igreja Nossa Senhora da Paz, padre Jorjão, conheceu Guido em um retiro espiritual na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

O rapaz foi a primeira pessoa a se confessar com o vigário e, após esse primeiro encontro, eles se tornaram grandes amigos. Devido ao surgimento dessa amizade, o jovem passou a integrar o grupo de fiéis da comunidade.“Ele tinha o dom de transformar os corações e as vidas das pessoas através do seu testemunho, que era impressionante. Ele era um jovem como todos os outros, falava gírias, brincava e tocava todos que o cercavam”, disse padre Jorjão.

Ele tornou-se seminarista pouco antes de se formar em medicina. Como médico, Guido integrou o corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia do Rio e prestava atendimento gratuito a moradores de rua. “Ele se preocupava muito com o próximo, sem se importar com a classe social da pessoa. Além disso, incentivava seus colegas de trabalho a prestarem todo tipo de atendimento a quem necessitasse e de forma gratuita”, contou o padre Jorjão.

No dia 1º de maio de 2009, surfando na Praia do Recreio em comemoração à despedida de solteiro de um amigo, o jovem seminarista, que estava prestes a se formar, morreu afogado. O acidente gerou grande comoção.

Desde então, todo dia 22 (dia de seu nascimento), uma grande quantidade de pessoas participa da missa celebrada em sua homenagem no seu túmulo, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Processo de Beatificação e CanonizaçãoServo de Deus 


Servo de Deus – Cinco anos após a morte do candidato, o responsável pela arquidiocese dá início à compilação dos documentos que contenha toda e qualquer informação relevante sobre o mesmo.

Venerável – Após o nihil obstat (nada consta) ser concedido, um tribunal eclesiástico investiga a santidade do Servo de Deus.

Beato – Essa fase consiste em provar se os milagres atribuídos ao candidato têm explicação científica. Um junta médica é convocada para uma análise minuciosa. Após o primeiro milagre ser confirmado, o candidato a santo passa a ser chamado de beato.

Santo – Depois de ser confirmado o segundo milagre, a Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano encaminha o processo para o Papa. Logo em seguida, o processo é encerrado com a canonização do candidato.

Autoria/Fonte: G1/Rio

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