“Não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia”, afirmou, nesta sexta-feira (16), o Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, durante entrevista coletiva que abordou a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira.
Segundo o assessor, o governo brasileiro esgotou todas as possibilidades existentes de reverter esse cenário e que a atitude tomada pelo país asiático “cria uma mancha, uma sombra, na relação bilateral”.
Garcia mencionou que nos últimos 10 anos, entre as medidas tomadas, houve o envio de duas cartas pelo ex-presidente Lula, durante seus dois mandatos, e quatro pela presidenta Dilma Rousseff. Além disso, o governo brasileiro também solicitou que o Papa Francisco intercedesse no caso pela clemência do brasileiro.
Em outra oportunidade, o assunto também foi debatido com outros países que também possuem cidadãos presos na Indonésia. De acordo com as informações divulgadas por Garcia, em uma das conversas com a presidenta Dilma, o presidente da Indonésia afirmou que nada poderia ser feito, já que os condenados foram submetidos a todos os ordenamentos jurídicos.
Telefonema
Na manhã desta quinta-feira (16), a presidenta falou ao telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para interceder em favor dos brasileiros Marco Archer e Rodrigo Muxfeldt.
Durante a conversa, Dilma afirmou saber da gravidade dos crimes cometidos pelos dois e reafirmou seu respeito pela soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas ressaltou que seu pedido tem como base razões humanitárias. Por fim, a presidenta lamentou profundamente a decisão de levar adiante a execução do brasileiro Marcos Archer.
Entenda o caso
No próximo domingo (18), Marco Archer Cardoso Moreira, condenado por tráfico de drogas em 2004, será executado na Indonésia. O brasileiro foi preso em 2003, ao tentar entrar no país com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta.
O presidente indonésio apoia a pena de morte para os traficantes de droga. Widodo considera que os traficantes destroem "o futuro da nação". Em 2013, o governo indonésio acabou com uma moratória não oficial da pena de morte que durou quatro anos.
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