Andy Coulson, ex-editor do tabloide britânico News of the World, conseguiu evitar que o governo fizesse uma checagem completa de sua carreira antes que fosse trabalhar como assessor do primeiro-ministro britânico, David Cameron. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo diário britânico The Guardian.
Coulson foi diretor do tabloide entre 2003 e 2007 - época em que ocorreram as interceptações. Ele chegou a ser preso no último dia 8, mas foi liberado após pagar fiança. Mais de 4.000 pessoas - entre atores, atletas, políticos, membros da família real, familiares de vítimas de atentados e de soldados britânicos mortos no Afeganistão – tiveram suas ligações telefônicas grampeadas.
Ele recebeu passe livre dentro do governo quando foi nomeado diretor de comunicações por Cameron; dessa forma, ele conseguiu evitar uma entrevista detalhada sobre seu passado sobre eventuais processos judiciais, questões financeiras e conflitos de interesse – inclusive de amigos e familiares.
Segundo o Guardian, uma das perguntas que teria sido feita a ele pelos investigadores, se a entrevista tivesse sido completa, seria: “Há algo mais na sua vida que você considera apropriado que saibamos?”
Cameron declarou nesta quarta-feira (20) ao Parlamento britânico que Coulson passou pelos níveis básicos de checagem e que não tinha acesso aos documentos mais secretos do governo.
- Tudo foi feito de forma apropriada, ele foi submetido ao código de conduta dos conselheiros especiais [do governo].
O primeiro-ministro disse ontem aos parlamentares que se arrepende de ter contratado Coulson. Ele afirmou que, se soubesse o que sabe hoje, não teria contratado o jornalista como seu assessor direto.
- Claro que me arrependo, e eu sinto muito pelo furor que isso causou.
Ele, no entanto, não pediu desculpas expressas pela contratação.
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