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Rio registra 15 desaparecidos por dia, aponta instituto

A morte do menino Juan de Moraes, de 11 anos, cujo corpo ficou desaparecido por duas semanas, após ter sido supostamente baleado durante tiroteio entre traficantes e PMs em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), chama a atenção para o problema dos milhares

Da Redação

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 Rio registra 15 desaparecidos por dia, aponta instituto
Icone Camera Foto por Fábio Gonçalves/03.07.11/Agência O Dia
Rio registra 15 desaparecidos por dia, aponta instituto
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.07.2011, 22:13:00 Editado em 27.04.2020, 20:45:36
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A morte do menino Juan de Moraes, de 11 anos, cujo corpo ficou desaparecido por duas semanas, após ter sido supostamente baleado durante tiroteio entre traficantes e PMs em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), chama a atenção para o problema dos milhares de desaparecimentos registrados todo ano no Rio de Janeiro. Por dia, são cerca de 15 só na capital.

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Apesar de trágico e triste, o caso Juan teve um final para a família, quando o corpo foi encontrado, no último dia 30. No entanto, milhares de pessoas aguardam há anos notícias sobre seus parentes desaparecidos e o número não para de aumentar.

Em 2010, o ISP (Instituto de Segurança Pública) registrou 5.473 pessoas desaparecidas no Estado, dos quais 71,3% reapareceram ou foram encontradas. Ou seja, os outros cerca de 1.600 casos ficaram sem elucidação até o fim do ano.

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Em São Paulo, por exemplo, o índice de elucidação de casos passa de 90%. O maior sucesso nas investigações pode estar em uma comunicação mais eficiente entre órgãos públicos. O delegado Felipe Ettore, da Divisão de Homicídios, que mantém o Núcleo de Descoberta de Paradeiros, diz que não é possível saber o número atual de desaparecidos, porque os dados “são muito flutuantes”.

- Nós temos um banco de dados, mas é difícil mantê-lo atualizado porque a maior parte das pessoas reaparece e a polícia não é informada. Muitas vezes, só ficamos sabendo quando já iniciamos as investigações.

Ettore explica que, em casos de desaparecimento, a família não precisa esperar 24 horas ou 48 horas para registrar o caso. Qualquer delegacia pode e deve registrar a ocorrência. O caso só passa para a Divisão de Homicídios após 15 dias sem elucidação em uma unidade distrital.

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Projeto prevê bloqueio de documentos

Para agilizar o trabalho de investigação e manter o cadastro o mais atualizado possível, a polícia tem um projeto que prevê o bloqueio dos documentos dos desaparecidos. O objetivo é fazer com que as pessoas comuniquem o reaparecimento o mais rápido possível.

- Ainda estamos estudando a melhor forma de fazer isso. Precisamos de uma comunicação melhor entre os órgãos responsáveis e também não queremos causar transtorno para as pessoas.

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Em caso de pessoas mortas, a Divisão de Homicídios coleta todas as informações possíveis para identificar os corpos. São colhidas informações sobre impressões digitais, roupas, região onde o corpo foi encontrado, estado do corpo, tempo de desaparecimento, características físicas, sexo, cor e, por último, é coletado material para exame de DNA.

Todas essas informações são inseridas em um sistema informatizado e são filtradas para facilitar a busca durante as investigações. Policiais da unidade admitem, no entanto, que não há um sistema integrado com outros estados e que a comunicação se dá de maneira informal entre investigadores.

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Foram encontrados 2.582 menores em 15 anos

A Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos informou que os casos de desaparecimentos são tratados exclusivamente pela polícia. A exceção se dá em relação a crianças e adolescentes, porque a FIA (Função para a Infância e Adolescência), ligada à pasta, mantém o programa SOS Criança Desaparecida.

De acordo com Luiz Henrique Oliveira, gerente do programa, o primeiro do tipo feito no Brasil, 2.582 crianças e adolescentes desaparecidos foram localizados ao longo de 15 anos, o equivalente a 85% do total de registros no mesmo período. Segundo ele, atualmente há 481 casos cadastrados no programa. Desses, 104 são menores de idade e o restante é de pessoas que já passaram dos 18 anos.

Para o gerente, o principal motivo do sucesso do programa é a comunicação, que se dá por meio de parcerias com meios de comunicação que divulgam fotos das crianças desaparecidas.

- As fotos também são impressas em contracheques de funcionários públicos, no Diário Oficial, em produtos de empresas parceiras, além de serem distribuídas para 2.000 pessoas através de e-mail.

Quem quiser entrar em contato com a Fia, pode ligar para o número (0XX21) 2286-8337 ou acessar www.fia.rj.gov.br. Os dados completos da pesquisa do ISP sobre os perfis das pessoas desaparecidas pode ser visto no site do Instituto de Segurança Pública.

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