O indiano Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional e líder de uma comitiva da ONG em visita ao Brasil, terá nesta terça-feira um encontro com o Conselho Popular do Rio de Janeiro, que reúne comunidades ameaçadas de remoção forçada. A visita acontece em um momento especial: a Anistia está prestes a reabrir escritório no Brasil, provavelmente em São Paulo, depois de dez anos de ausência. Em entrevista exclusiva a VEJA, publicada na edição desta semana, Shetty havia dito que a decisão foi motivada pela crescente importância do país no cenário internacional.
A comitiva chegou ao Rio de Janeiro na última segunda-feira e, no mesmo dia, participou de encontros com parentes de vítimas de violência no bairro de Cordovil. Depois de ouvir as histórias dessas pessoas, Shetty disse que considera a violência policial um problema sério no Brasil. Ele lembrou um relatório recebido pela Anistia segundo o qual 20% dos homicídios no país são causados por policiais. “Vemos que a maior parte da vítimas são afrodescendentes, pobres e mulheres. Eles precisam ter voz, mas a maioria não tem visibilidade”, disse.
Até o final do encontro, o secretário deve encontrar-se com lideranças indígenas, ativistas de direitos humanos e a presidente Dilma Rousseff, com quem pretende discutir uma agenda de direitos humanos para o país.
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