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Otan pede aviões para ofensiva na Líbia

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, pediu nesta quinta-feira aos países-membros “alguns aviões a mais” para os ataques na Líbia.   Durante uma reunião com ministros do Exterior dos países d

Da Redação

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 Rebeldes líbios lançam ataque em Ajdabiya, na Líbia
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Rebeldes líbios lançam ataque em Ajdabiya, na Líbia
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.04.2011, 07:48:00 Editado em 27.04.2020, 20:48:30
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O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, pediu nesta quinta-feira aos países-membros “alguns aviões a mais” para os ataques na Líbia.

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Durante uma reunião com ministros do Exterior dos países da aliança, realizada em Berlim, Rasmussen disse que mais aeronaves sofisticadas são necessárias para realizar ataques com mais precisão, num momento em que a aliança sofre pressão para, ao mesmo tempo em que tenta evitar a morte de civis, ampliar suas ações no país africano.

Rasmussen disse que não recebeu ofertas de mais jatos vindas de nenhum membro da Otan, mas que “estava confiante” que isso aconteceria. “Agora que (as forças do regime líbio) escondem suas armas em áreas densamente povoadas, para evitar a morte de civis precisamos de equipamentos sofisticados. Então, precisamos de alguns jatos de precisão a mais”, declarou.

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À imprensa, o secretário-geral disse que a Otan continuaria a atacar as forças do líder líbio Muamar Kadafi “dia a dia, ataque por ataque”.

A missão na Líbia não é uma unanimidade dentro da aliança: a Turquia e a Alemanha se opuseram à ação militar contra as forças de Khadafi. A Espanha disse que continuará a fornecer apoio logístico, mas não se envolverá diretamente nos ataques.

Berlim

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Durante o encontro em Berlim, ministros de Exterior da Otan reforçaram que o objetivo de todas as nações envolvidas na operação militar na Líbia é acabar com o regime do líder Muamar Kadafi. Durante encontro em Berlim, na Alemanha, os ministros tentaram passar uma mensagem de unidade e acabar com as aparentes divisões entre o grupo.

Nesta semana, a França e a Grã-Bretanha cobraram ação mais forte da Otan. O ministro francês das Relações Exteriores, Allan Juppé, chegou a dizer que a aliança não faz "o suficiente" para proteger os civis líbios.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que todos os integrantes da Otan "compartilham o mesmo objetivo, que é acabar com o regime de Kadafi na Líbia". "Os Estados Unidos estão comprometidos com nossa missão comum", afirmou aos demais ministros. "Vamos dar apoio forte à coalizão até que o trabalho esteja completo".

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A exemplo do que ocorreu na reunião do chamado grupo de contato, que reúne países contrários ao governo de Kadafi, França e Grã-Bretanha devem pressionar para que mais países colaborem com reforços militares para a operação.

Chanceler

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Também nesta quinta-feira, representantes da Uniõa Europeia suspenderam sanções contra o ex-chanceler líbio Moussa Koussa, que deixou o governo Kadafi depois de uma carreira de mais de três décadas, em que teve como principal tarefa tirar país do isolamento internacional. Dentre as medidas que beneficiam Koussa, estão o descongelamento de seus bens e o fim da proibição para viajar a qualquer dos 27 países-membros da União Europeia.

A Otan assumiu o comando da ofensiva na Líbia, iniciado por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha. Entretanto, há divergências sobre o rumo que a aliança deve seguir daqui para frente. Entre as funções da Otan estão policiar um embargo marítimo de armas e manter uma zona de exclusão aérea.

O comando estritamente militar da operação já expressou sua satisfação com o cumprimento desses objetivos. Entretanto, os governos britânico e francês querem a participação de outros países em ações mais agressivas, como atacar alvos no solo. Os mais prováveis candidatos para prover ajuda seriam a Itália e a Espanha.

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A Grã-Bretanha afirmou que está fornecendo aos rebeldes mil coletes à prova de balas e cem telefones via satélite. Na quarta-feira, um porta-voz do governo francês disse que o país não está enviando armas para os rebeldes, mas que "isso não quer dizer que não simpatizemos com quem está".

O ministro do Exterior líbio, Khaled Kaim, acusou o Catar de fornecer armas antitanques francesas para os rebeldes e enviar instrutores militares para o leste do país, controlado pelas forças de oposição. As acusações também foram feitas contra o grupo libanês xiita Hezbollah. Nenhuma delas pôde ser verificada de maneira independente.

Crise humanitária

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No país, os combates prosseguem entre forças pró e contra Kadafi, com relatos de fortes explosões na capital, Trípoli. A TV líbia disse que bombardeios da Otan atingiram as cidades de Al-Aziziya e Sirte. A aliança afirmou ter bombardeado posições de defesa próximas da capital. Há relatos de que rebeldes teriam feito avanços na cidade de Misrata, a única controlada por opositores do regime no oeste do país.

Nesta quinta-feira, rebeldes líbios imploraram por mais ataques aéreos da Otan, dizendo que estavam sob ameaça de sofrer um massacre pelos bombardeios do governo na cidade sitiada de Misrata. Segundo os rebeldes, vários foguetes Grad foram disparados pelas forças do governo em um distrito residencial de Misrata, a terceira maior cidade da Líbia, matando ao menos 20 civis, principalmente mulheres e crianças.

Em Doha, no Catar, o grupo de contato formado por Estados Unidos, potências militares europeias, países do Oriente Médio e organizações internacionais pediu que Kadafi renuncie ao poder e anunciou um fundo para financiar diretamente os rebeldes líbios. O documento final do encontro não mencionou valores, mas garantiu que os recursos atenderão às necessidades financeiras dos rebeldes.

O conflito será tema nesta quinta-feira de um encontro da União Africana e da Organização da Conferência Islâmica, no Cairo, no qual são esperados os secretários-gerais da ONU, Ban Ki Moon, e da Liga Árabe, Amr Moussa, mais a comissária de política externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Na quarta-feira, Ban Ki-moon se disse preocupado com o efeito da ação militar sobre os cerca de 6 milhões de habitantes da Líbia. "No pior cenário, até 3,6 milhões de pessoas vão precisar de ajuda humanitária", disse.

Segundo o secretário-geral da ONU, 2,7 mil pessoas cruzam as fronteiras líbias para o Egito e a Tunísia diariamente, e já há cerca de 330 mil desalojados internos no país. Cerca de 490 mil pessoas já deixaram o país desde o início dos conflitos, em fevereiro.

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