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Aristide diz que voltou ao Haiti para 'trazer a paz'

O ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide voltou ao país hoje, encerrando um período de sete anos de exílio. Ele afirma que quer "trazer a paz", mas há o temor de que o retorno do político possa atrapalhar as importantes eleições presidenciais marca

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 18.03.2011, 18:27:01 Editado em 27.04.2020, 20:49:38
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O ex-presidente haitiano Jean-Bertrand Aristide voltou ao país hoje, encerrando um período de sete anos de exílio. Ele afirma que quer "trazer a paz", mas há o temor de que o retorno do político possa atrapalhar as importantes eleições presidenciais marcadas para este domingo na nação caribenha.


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Um avião privado levando Aristide, primeiro presidente democraticamente eleito do Haiti, pousou em Porto Príncipe na manhã de hoje. O ex-líder estava vivendo exilado na África do Sul. Falando aos jornalistas e aos haitianos que se reuniram ao redor de televisores e rádios em todo o país, Aristide disse que a decisão do governo de proibir seu partido, o Família Lavalas, retira o direito ao voto da maioria do país. "Ao excluir o Lavalas, vocês cortam os laços que unem o povo", disse. "A solução é incluir todos os haitianos como seres humanos".


O conselho eleitoral do Haiti proibiu o Lavalas de participar da eleição por razões técnicas que, segundo os seus partidários, são falsas. Muitos dos integrantes do partido vão boicotar o segundo turno da eleição.


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Aristide comparou seu retorno ao Haiti à revolução que, em 1804, encerrou a escravidão no país, que na época era colônia da França. "Irmãos e irmãs, por sete anos nós nos comunicamos à distância. Hoje, estamos em casa de novo para trazer a paz, todo os dias, juntos".


Mais tarde, milhares de pessoas se reuniram do lado de fora da casa do ex-presidente e se amontoaram ao redor do veículo que o levou do aeroporto até o local, na expectativa que ele falasse. Mas ele não fez novas declarações.


Apesar das afirmações de seus partidários de que Aristide não se envolverá em política, os Estados Unidos e outros países temem que sua presença possa provocar confusão no país. "Vamos ficar aqui até ele nos dizer o que fazer", disse Tony Forest, motorista de ônibus de 44 anos, que estava em frente à casa de Aristide. "Vamos votar no candidato que ele escolher".


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O padre que trabalhava em favelas chegou ao poder, em 1991, se opondo ao clã Duvalier, que governava o país ditatorialmente. Após tomar medidas consideradas uma afronta pelos mais ricos, Aristide foi deposto em um golpe militar sete meses depois. Mas acabou voltando ao poder em 1994, com a ajuda de 20 mil soldados norte-americanos enviados pelo então presidente Bill Clinton.


Aristide obteve um segundo mandato, em 2001, mas perdeu o apoio internacional após realizar algumas reformas. Foi forçado a deixar o poder novamente em 2004, em meio a uma rebelião popular. É largamente admitido que os EUA aprovaram tacitamente essa rebelião.


No domingo, enfrentam-se no segundo turno eleitoral a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o popular cantor Michel Martelly. No primeiro turno houve vários casos de violência e fraudes. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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