A denúncia de uma série de irregularidades levou a Justiça a determinar o afastamento do vice-presidente da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), Air Rabelo. A medida foi determina em ação que tramita na 9ª Vara Cível do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, pelo Jair José Varão Pinto Júnior, em ação proposta pelos integrantes do Conselho de Curadores da instituição.
Na denúncia, os integrantes do conselho acusam Rabelo de nepotismo, por contratar irmão sem qualificação, por um "astronômico passivo trabalhista", causado principalmente pela demissão de 42 professores, de irregularidades na contratação de uma auditoria e de haver interesse do vice-presidente em um projeto imobiliário que utilizaria a área onde está situada a faculdade, no bairro Cruzeiro, um dos mais valorizados da região centro-sul de Belo Horizonte.
Os conselheiros, na ação que tramita na Justiça, acusam Rabelo de ser responsável por "incontáveis prejuízos à instituição devido à forma negligente, autoritária, parcial e irresponsável de sua atuação como gestor". Também há investigação do Ministério Público sobre desvio de patrimônio da fundação.
Para o juiz Jair Varão, há um conflito de interesses entre o vice-presidente e o Conselho de Curadores, que, pelo estatuto da entidade, tem poderes para decidir as ações administrativas a serem implementadas pela instituição. Segundo o magistrado, é "evidente que não há como o réu permanecer na qualidade de membro de um conselho, o qual teria desrespeitado".
"O réu, como administrador, mais do que qualquer um, há de atestar a conveniência de seu afastamento", afirmou o juiz, que ressaltou o interesse de milhares de alunos que "necessitam da credibilidade da Fumec". Na liminar, Varão determinou a contratação de uma auditoria externa imparcial na fundação.
A Fumec foi fundada em 1965. Atualmente, a instituição tem 15 mil alunos distribuídos em 27 cursos de graduação e 29 de pós-graduação, incluindo especializações, mestrados e um doutorado. Por meio de sua assessoria, a instituição afirmou que ainda não foi notificada da decisão judicial e que só se manifestará após recebê-la. Rabelo não atendeu o telefone na tarde de hoje. Ele ainda pode recorrer da decisão.
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