A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (31), em Buenos Aires, que torce para que o Egito seja democrático, fazendo uma referência velada ao regime autoritário de Hosni Mubarak. A chefe de Estado disse, no entanto, que não se pronunciará “sobre o que acontece em outro país”. Ela fez a declaração horas depois de se encontrar com militantes de direitos humanos, na Argentina.
Enquanto embarcava de volta a Brasília, após sua primeira viagem como presidente ao exterior, Dilma evitou falar longamente sobre o tema. Os sete dias de protestos já deixaram mais de cem mortos no Egito.
- O governo brasileiro não pode ter posição sobre o que acontece em outro país.
A presidente diz que olha com expectativa para os acontecimentos no Egito e torce para que o país seja democrático.
- Que o país dê a seu povo todas as condições de desfrutar o desenvolvimento.
Presidente discutiu direitos humanos na Argentina
Dilma tratou de inúmeros temas comerciais e diplomáticos na sua primeira viagem como presidente à Argentina, onde foi recebida pela presidente Cristina Kirchner.
O ponto alto foi justamente um encontro os grupos Mães da Praça de Maio e Avós da Praça de Maio, que buscam os filhos e netos desaparecidos durante a última ditadura argentina (1976-1983).
A reunião com as militantes argentinas simbolizou uma reafirmação da política brasileira para os direitos humanos. Nesta segunda-feira (30), a imprensa divulgou que o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) pretende revisar a política brasileira no setor.
Diferente da presidente, que militou contra a ditadura brasileira (1964-1985), governos como o dos Estados Unidos se manifestaram sobre a situação no Egito. Neste domingo (30), o presidente americano, Barack Obama, pediu respeito aos direitos humanos no país árabe.
Repressão de Mubarak deixou mais de cem mortos
Os protestos pedindo o fim do regime de Mubarak, que controla o país com mão de ferro há 30 anos, já deixaram mais de cem mortos nos últimos sete dias.
Nesta terça-feira (1º), a oposição, liderada pelo Prêmio Nobel da Paz Mohammed ElBaradei, convocou uma greve geral e uma marcha que espera reunir um milhão de pessoas.
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