Sem nenhuma segurança nas ruas, egípcios armados com pedaços de pau tentam proteger suas casas contra saqueadores neste sábado (29). Mais de 70 pessoas podem ter morrido nos cinco dias de protestos violentos pedindo o fim do regime de Hosni Mubarak. Segundo relatos de várias fontes, a polícia desapareceu das cidades egípcias.
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Há inúmeros casos de saques. A televisão estatal relatou pelo menos 60 casos de estupro durante os tumultos, mas nenhuma fonte independente confirma a informação. Há também muitos rumores sobre fugas em penitenciárias, além de incêndios em vários pontos no Cairo.
Na madrugada deste sábado, o Museu Egípcio foi invadido e múmias e outras peças arqueológicas foram danificadas.
Apesar do toque de recolher decretado pelo governo, milhares de manifestantes continuam a protestar nas ruas do Cairo, de Alexandria e de outras cidades do país, pedindo a saída de Mubarak do poder.
Neste sábado, Mubarak sinalizou com mudanças no governo, para se manter no poder. Ele nomeou o primeiro vice em 30 anos no país, Omar Suleiman, e também indicou um novo primeiro-ministro, Ahmed Shafiq.
A onda de protestos, convocados pela internet, foi inspirada na chamada Revolução de Jasmim, que na última semana derrubou o governo da vizinha Tunísia.
Polícia foi substituída pelo Exército
A polícia deixou as ruas depois que o Exército assumiu a segurança no Cairo. Egípcios pediram a intervenção das Forças Armadas para restaurar a segurança.
Segundo analistas citados pela rede americana CNN, muitos policiais desertaram por temer pela segurança de suas próprias famílias.
Na ausência de segurança, muitas lojas pintaram as vitrines para esconder seus produtos e evitar saques.
Mortos podem passar de 70
A onda de protestos deixou pelo menos 38 mortos, segundo o governo. Mas o número pode ser bem maior. De acordo com fontes hospitalares, as vítimas passam de 70.
Segundo contagem da agência Reuters, com base em fontes hospitalares do Egito, 74 pessoas já morreram nos protestos, número bem superior ao divulgado pelo governo.
Segundo a rede de TV Al Jazeera, existem 23 corpos apenas no necrotério de Alexandria, a segunda cidade egípcia. Já o hospital de El Damardash, no Cairo, contabiliza 30 corpos.
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