Cerca de 500 pessoas foram presas em todo o Egito nos últimos dois dias em operações contra os manifestantes que foram às ruas para protestar contra o governo do presidente Hosni Mubarak.
O Ministério do Interior egípcio informou que as reuniões em público não serão mais toleradas e qualquer pessoa que vá para as ruas se manifestar contra o governo será presa e processada.
Nesta quarta-feira, a polícia entrou em confronto com manifestantes em duas grandes cidades do país, na capital Cairo e na cidade de Suez, no leste do Egito.
Segundo testemunhas, a polícia bateu nos manifestantes com bastões e usou gás lacrimogêneo para dispersar os protestos. As testemunhas afirmaram ainda que alguns manifestantes foram perseguido pelas ruas da capital egípcia e reagiram arremessando pedras contra a polícia.
Mais cedo, um grande grupo de ativistas se reuniu em frente ao prédio do sindicato dos jornalistas, pedindo que Mubarak deixe a Presidência.
De acordo com o correspondente da BBC no Cairo John Leyne, a reação das autoridades foi típica do país, pois a crise política está sendo tratada como uma ameaça à segurança.
No entanto, a agência de notícias estatal Mena informou que o primeiro-ministro, Ahmed Nazif, disse que o governo tem um compromisso com a "liberdade de expressão por meios legítimos".
O premiê egípcio acrescentou que a polícia agiu com moderação.
Internet
Os protestos no Egito teriam sido inspirados pelo levante popular que levou à queda do governo da Tunísia, há duas semanas, e os organizadores das manifestações prometeram permanecer nas ruas até que o governo de Mubarak caia.
Os protestos, raros no país, foram convocados pela internet, por meio de uma página no Facebook.
Os organizadores, que prometiam manter a mobilização até a queda do governo, diziam protestar contra a tortura, a pobreza, a corrupção e o desemprego. Eles vinham usando também o Twitter para mobilizar as manifestações, mas o acesso aos dois sites aparentemente foi bloqueado.
As autoridades egípcias negam ter bloqueado o acesso às paginas.
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