Cuba iniciou o processo para despedir meio milhão de trabalhadores do serviço público nesta terça-feira (4). Com a medida, o presidente Raúl Castro pretende impulsionar a economia da ilha comunista.
O governo planeja cortar 500 mil servidores públicos de sua inchada folha de pagamento até março.
Segundo o chefe da Federação dos Trabalhadores de Cuba, Salvador Valdés Mesa, a entidade vai supervisionar as demissões. Os primeiros cortes devem cair sobre os trabalhadores dos Ministérios do Açúcar, Agricultura, Construção, Saúde Pública e Turismo.
A economia de Cuba foi duramente atingida por furacões de 2008 e pela crise financeira global. Nos últimos dois anos, o país reduziu drasticamente as importações, congelou contas bancárias de empresas estrangeiras e deu o calote no pagamentos a credores.
Governo diz que vai oferecer novo emprego
Na maioria dos casos, os trabalhadores despedidos receberão ofertas de outros empregos, que poderão aceitar ou recusar.
O plano prevê que cerca de 200 mil demitidos passem a participar de cooperativas, criadas a partir de empresas atualmente controladas pelo Estado.
O governo também começou a emissão de 250 mil novas licenças para autônomos. Pela primeira vez, os trabalhadores independentes vão ser autorizados a contratar trabalhadores.
Os cubanos recebem benefícios sociais como saúde e educação gratuitas, mas seus salários são, em média, o equivalente a cerca de R$ 34 (US$ 20) por mês.
Quem produzir mais, fica Mayda Vega, chefe de um gabinete no Ministério da Agricultura, disse que os funcionários públicos determinarão quais trabalhadores serão mantidos com base na sua produtividade.
- Sabemos que, se não há produtividade, nunca vai haver um aumento nos salários. Então é uma medida necessária que tem de ser entendida.
Autoridades disseram que o governo começou a cortar postos de trabalho já em outubro, pouco depois de anunciar um pacote de reformas. Mas o processo foi adiado para evitar um excesso de mudanças sociais em pouco tempo.
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