A incidência de raios na Região Sudeste do Brasil deve superar a média histórica no verão de 2011. A previsão é do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre 2000 e 2009, foi registrado um aumento de 18% na incidência de raios em todo o país, tendência que deverá se manter nas próximas décadas.
O Brasil é, atualmente, o país com a maior incidência de raios do mundo, de acordo com o Elat. Em termos gerais, caem no Brasil, em média, cerca de 50 milhões de raios por ano. Em dez anos, as descargas elétricas causaram 1.321 mortes. Em 2009 foram 121 mortes e, em 2010, até 5 de dezembro, já foram registrados 94 óbitos.
No Sudeste, a tendência de aumento de incidência de raios ainda não pode ser quantificada, mas ficará acima da média registrada nos últimos anos, segundo o Elat. Para se ter uma ideia do que isso representa, o Grupo disponibilizou ao G1 os totais de raios que atingiram a região em 2007, 2008 e 2009. Em 2007, foram 3.851.752 raios. O número passou para 10.501.227, em 2008. Em 2009, o dado permaneceu praticamente inalterado: 10.520.641, em um ano.
Ainda segundo o Elat, a previsão que indica um aumento de tempestades para o próximo verão na Região Sudeste do Brasil é baseada na ocorrência de dias de tempestade nos últimos 50 anos em algumas grandes cidades da região, como São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, por exemplo.
Dois fatores podem contribuir para o aumento na incidência de raios, segundo Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat. “Um fator claro é o crescimento dos centros urbanos e grandes cidades. Grandes centros urbanos favorecem tempestades, por causa da poluição e da formação de ilhas de calor - o aquecimento de uma região por causa do asfalto e da quantidade de prédios, que dificultam a circulação do ar. Outro fator é o aquecimento global do planeta, que também influencia no aumento de tempestades”, afirma.
Além desses aspectos, de acordo com o especialista, o clima tem um ciclo extenso de variabilidade que dificulta sua documentação e previsões a longo prazo.
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